domingo, 23 de novembro de 2008

Pensata para mais de um domingo

Estava ontem a pensar em Belo Horizonte e nos seus bares, seu chope cremoso, talvez o melhor do Brasil. Aí lembrei de um desses bares. Um que inclusive originou a “Pensata de Domingo VI” postada em 11 de março de 2007. Saí procurando em meus backups, encontrei e resolvi republicá-la. Segue, portanto:

O Lucas. Sem dúvida, um dos melhores bares e/ou restaurantes de Beagá. E olha que essa é uma cidade de muitos e bons bares e restaurantes.
Um lugar ambíguo, de um lado é barulhento, do outro tranqüilo. Coisas de bons botequins. Afinal, muita gente enche a cara ali, e acaba falando alto demais. O importante é o clima, poder-se-ia dizer que o “astral” de um bar você sente logo ao entrar. É algo que está mesmo no ar. Tem bar que é lindinho, faz de tudo para agradar o freguês, mas, na hora “agá”, não convence. Fica faltando alguma coisa.
Já o Lucas consegue manter a tradição na noite de Belo Horizonte há cerca de quarenta anos. E é tido como o Lamas mineiro. Sim, porque tem as mesmas características do afamado similar carioca. É um paraíso para os boêmios porque fica aberto até altas horas da madrugada. Tinha um garçon, o Seu Olympio (1), antigo militante comunista, que andava com um broche do “Che” na lapela, e, com mais de oitenta, ainda trabalhava.
Os pratos mais solicitados são o filé à surprise e o espaguete à parisiense. Mas tem também uma truta bem saborosa, e bons tira-gostos, além das torradas de entrada, que são fininhas, amanteigadas. Muito boas.
Conheci este local na década de oitenta, a primeira vez em que trabalhei naquela cidade. Tenho um grande amigo, o Luís Márcio Vianna, que era (e ainda é) freqüentador assíduo. Volta e meia a gente pensava em ir a algum lugar e, se houvesse alguma dúvida ou hesitação, ele logo sugeria o Lucas. Assim, eu fui lá até pra curar ressaca com a excelente canja que eles servem.
Além disso, fiquei apaixonado pelo bar. Da última vez que fui fazer um trabalho em Beagá, em maio de 2004 (2), acabei indo lá três vezes. Uma vez com o Maurilo, um amigo meu, quando fomos conversar sobre a contratação dele para um trabalho que eu estava a realizar e duas vezes sozinho. Jantar, só para matar as saudades.
Conclusão. Se você for a Belo Horizonte não pode deixar de conhecer o Lucas. Uma casa imperdível!

(1) Seu Olympio faleceu em 2003.
(2) Agora é a penúltima, pois a última foi este ano. Não poderia deixar de ir ao Lucas, mas, desta vez fui só uma vez. Infelizmente!

10 comentários:

Ieda Schimidt disse...

Conheço o Lucas. Há muitos anos fui a Belo Horizonte e comi um bom filé. Palavra de gaúcha.

Jonga Olivieri disse...

Ieda, então você conhece um dos melhores lugares do Brasil.

Anônimo disse...

Esse seu Olympio era famoso. Acho que uma vez li uma matéria sobre ele numa revista ou jornal.
Otávio

Jonga Olivieri disse...

Se não me engano, saiu mais de uma vez...

André Setaro disse...

Nunca fui a Belo Horizonte e sinto uma certa frustração por isso. Aliás, a bem da verdade, quando fui ao festival de cinema de Tiradentes, em janeiro de 2006, permaneci no aeroporto de Beagá, vindo de Salvador, a esperar o carro do festival que me levaria à cidade mineira onde estava a se realizar o evento. Lembro-me que, pelo caminho, vi a catedral de Pampulha e logo depois peguei estrada por mais de 5 horas. Na volta, a mesma coisa. Aeroporto. Mas como sou 'chopista' militante, soube que em Beagá tem excelentes chopinhos, o me dá logo 'água na boca'. Escrevi, há alguns meses, para um jornalzinho daqui, um artigo dizendo que em Salvador não existe chopp que preste. E é verdade. Se algum dia tiver o prazer de ir a Belo Horizonte, a primeira coisa que vou fazer é me sentar neste bar citado por você, o 'Lucas' e, aí estabelecido, ter a disponibilidade e recursos suficientes para tomar chopes 'ad infinitum', como deve ser, beber todas para ninguém botar defeito. Acho que, de vez em quando, de vez em quando, quando o sujeito toma um 'porre' parece que lava a alma. É esta a minha impressão. Segundo melhor juízo, André Setaro.

Eliana BR disse...

Jonga,
De sua estada em Portugal você trouxe o uso do infinitivo no lugar do gerundio, nao é? Você nunca esta "procurando" nada pois esta, evidentemente "a procurar"...
Português casticissimo, pa ...
Bises,
Eliana

Anônimo disse...

Ora, deve ser um bom bar.

Jonga Olivieri disse...

Sim, André, só que quando for a Belzonte, me passa um e-mail para lhe passar as dicas dos melhores chopes de lá.
Não que o do Lucas seja mal, muito pelo contrário, mas tem os melhores da cidade.
Hummmm! Coisa muito fina!

Jonga Olivieri disse...

Eliana, sempre que posso, pelo menos a escrever procuro evitar o gerúndio. Está certo que nem sempre dá.
O pior é que a falar, a gente ababa falando... é o vício de linguagem.
É que nem estadunidense. Sempre que escrevo evito dizer americano, mas, infelizmente quando falo, sai... Choses da vida!

Jonga Olivieri disse...

E põe bom nisso...