Uma onda de comportamento xenófobo invade mercados que se sentem ameaçados pelo desemprego. Na Itália, um Decreto de Segurança dá aval até para que médicos do sistema público de saúde se tornem delatores de imigrantes ilegais. Na Espanha, onde o desemprego chega a quase 16%, os estrangeiros têm sofrido muito.
“Empregos britânicos para trabalhadores britânicos”. A frase, do primeiro ministro Gordon Brown, vem sendo repetida por aqueles que apóiam medidas restritivo/nacionalistas com relação ao mercado de trabalho. Espera-se que o desemprego (hoje em torno de 6%) continuará crescendo até 2010, segundo previsões do próprio governo. O Reino Unido ao ser afetado pela onda de xenofobia que atinge a Europa, culpa os imigrantes pela grave situação do emprego no país.
Nos Estados Unidos o senador republicano Chuck Grassley, escreveu uma carta à Microsoft pedindo que seu executivo-chefe dispensasse primeiro trabalhadores estrangeiros com visto de trabalho temporário. E há antecedentes no passado. No bojo da crise de 1929, grupos étnicos minoritários (imigrantes) dos países mais atingidos passaram a ser discriminados por grande parte da população, porque, na visão de muitas pessoas, estes grupos étnicos competiam com as “populações nativas” atingidas pelo desemprego. Isto, aliado à forte recessão econômica da década de 1930, fez com que as taxas de imigração caíssem no Canadá e nos Estados Unidos.
Por outro lado, a situação tende a se agravar com os anúncios constantes de multinacionais divulgando que vão despedir milhares de empregados em diversos países. Medidas protecionistas, tanto nos EUA através da política “Buy America”, criada por Obama (1), que está a gerar polêmicas com diversos países, inclusive o Brasil no tocante à indústria do aço, quanto na França de Sarkozy, mostram um outro lado dessa xenofobia. Um fenômeno que, parece, está novamente a crescer em grande escala.
(1) O governo Obama está a tomar medidas que fazem lembrar a “velha” política dos Estados Unidos, quando este protegia-se do mundo através do “isolacionismo”. As medidas protecionistas quanto às siderúrgicas vão quebrar muitas empresas que hoje exportam para aquele país.
“Empregos britânicos para trabalhadores britânicos”. A frase, do primeiro ministro Gordon Brown, vem sendo repetida por aqueles que apóiam medidas restritivo/nacionalistas com relação ao mercado de trabalho. Espera-se que o desemprego (hoje em torno de 6%) continuará crescendo até 2010, segundo previsões do próprio governo. O Reino Unido ao ser afetado pela onda de xenofobia que atinge a Europa, culpa os imigrantes pela grave situação do emprego no país.
Nos Estados Unidos o senador republicano Chuck Grassley, escreveu uma carta à Microsoft pedindo que seu executivo-chefe dispensasse primeiro trabalhadores estrangeiros com visto de trabalho temporário. E há antecedentes no passado. No bojo da crise de 1929, grupos étnicos minoritários (imigrantes) dos países mais atingidos passaram a ser discriminados por grande parte da população, porque, na visão de muitas pessoas, estes grupos étnicos competiam com as “populações nativas” atingidas pelo desemprego. Isto, aliado à forte recessão econômica da década de 1930, fez com que as taxas de imigração caíssem no Canadá e nos Estados Unidos.
Por outro lado, a situação tende a se agravar com os anúncios constantes de multinacionais divulgando que vão despedir milhares de empregados em diversos países. Medidas protecionistas, tanto nos EUA através da política “Buy America”, criada por Obama (1), que está a gerar polêmicas com diversos países, inclusive o Brasil no tocante à indústria do aço, quanto na França de Sarkozy, mostram um outro lado dessa xenofobia. Um fenômeno que, parece, está novamente a crescer em grande escala.
(1) O governo Obama está a tomar medidas que fazem lembrar a “velha” política dos Estados Unidos, quando este protegia-se do mundo através do “isolacionismo”. As medidas protecionistas quanto às siderúrgicas vão quebrar muitas empresas que hoje exportam para aquele país.
8 comentários:
Da maior relevância a postagem de hoje.
A xenofobia, a discriminação, a intolerância, são práticas usuais e corrosivas e sabemos bem como vem crescendo a onda no que diz respeito à ameaça aos direitos humanos e (não) humanização da sociedade. Abordando o assunto pela perspectiva da identidade e da diferença, o Zygmunt Bauman comenta que “ os estrangeiros são pessoas que vc. paga pelos serviços que prestam e pelo direito de encerrar esses serviços assim que não produzirem mais prazer (...) Os estrangeiros são fornecedores de prazer (...) O dinheiro, o único cacife para assegurar a liberdade de escolha, moeda legal na sociedade de consumo, está escasso ou é diretamente negado a eles”.
São várias vertentes de análise das causas e desdobramentos dos comportamentos discriminatórios e xenófobos e os efeitos na política econômica. Impossível sintetizar com propriedade um tema que envolve dinâmicas sociais e de mercado tão complexas. Mas vale a chamada e o que cutuca os que o lêem para buscar melhores interpretações.
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Olha só, depois que soube que o Jonga tem um filho que domina o vernáculo com tanta propriedade preciso ser mais cuidadosa, qualquer erro encontrado na grafia das palavras e seus sentidos foram co-participados pela minha netinha que está aqui ao lado e não sabe o que é xenofobia, graças aos Orixás!
Xenofobia. Um assunto que já deu, dá e ainda vai dar muito o que falar. E dizer que aqueles que tanto pregaram a “globalização” estão a promovê-la intensamente em defesa de seus bolsos.
A situação do estrangeiro é realmente delicada nesses momentos difíceis. De repente passam a não existir mais as vantagens que a exploração do trabalho quase escravo lhes proporciona.
Quanto ao meu filho, gosta demais da matéria, mas, pode ficar tranqüila que ele não interfere no meu blogue. Por vezes o lê. E, claro, se eu tenho uma dúvida daquelas muito grandes, recorro a ele. Porém, nunca me falou sobre comentários desta publicação. Caso o fizesse, não teria tantos deslizes lingüísticos quanto existem nos meus próprios.
Ontem foi uma indústria japonesa que anunciou 20.000 cortes. Hoje é a Genaral Motors notificando milhares de demissões ao redor do mundo. Ao redor? Ou será que os que nem chegam a ser imigrantes, mas também estrangeiros trabalhando com seu capital em outros países pagarão pelas suas aventuras desenfreadas?
Bueno, a xenofobia pode chegar a este ponto de aperfeiçoamento. Não deixa de ser uma medida protecionista.
Tu bem citaste o caso do isolamento dos Estados Unidos. Até a I Guerra Mundial eles estavam meio que a parte do que acontecia no mundo. Concentravam-se em suas próprias fronteiras e o trabalho que dava para expandir o seu território e tomar do México as regiões mais ricas. E também dominar a América Latina e Insular através de suas United Fruits e outras companhias similares.
O programa ‘Compre a América’ é política de protecionismo dos mais claros e estão muito claras as suas finalidades. A indústria do aço americana é defasada, antiga, isso mesmo, obsoleta. O aço produzido no Brasil e na União Européia é mais barato e de maior qualidade porque são fabricados com uma tecnologia bem mais avançada. Obama quer proteger a sua indústria capenga e está tomando estas medidas. O governo Lula já protestou, a UE também.
E Gordon Brown? Este escancarou. A xenofobia está alcançando índices cada vez maiores. E pode se agravar com o desenvolvimento da crise.
Boa postagem esta tua. Aborda um tema delicado e discutido apenas em despacito pela imprensa dominada pelas classes dominantes.
Interessante essa sua teoria da xenofobia praticada nas filiais das multinacionais.
Hoje mesmo estava lendo que cerca de dois terços dos despedidos pela GM será justamente nelas. Ou seja, na sua sede será apenas 1/3.
Isso tudo é muito preocupante porque agrava as diferenças e o racismo.
Você definiu muita coisa numa frase curta e profunda.
A exclusão étnica é de fato preocupante neste contexto.
A xenofobia tem um componente étnico muito forte mesmo.
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