Publicado no “Pensatas” em julho de 2007 com o título “Papo de cachimbeiro VI”.
Não é apenas uma lenda, os tabacos para cachimbo ingleses são realmente os melhores do mundo. Pelo menos na minha opinião. Não é à toa que o Irlandês, hoje uma das minhas preferidas entre as marcas brasileiras, tem escrito logo abaixo do seu nome: “Tipo Inglês”. Só que eu discordo e não acho que realmente o seja. Muito embora venha a ser um bom fumo, apenas tenta pegar uma carona na fama.
Mas, voltando aos verdadeiramente ingleses, podemos começar pela linha Dunhill. Já falei dela anteriormente, mas sua deliciosa coleção de latas hermeticamente fechadas (1) é algo que deve ser sempre citado como exemplos de qualidade. Podemos começar pelo Early Morning. Continuar com o Elizabethan Mixture, o Nightcap, o Royal Yacht, ou os Standard Mixture em suas várias opções. E finalizar com o sempre raríssimo (pelo menos aqui no Brasil) e delicioso Three Years Matured, que só tive oportunidade de encontrar uma única vez. Tenho há alguns anos uma lata de um London Mixture que uso para guardar clipes. O curioso é que até hoje, quando abro, sinto o cheirinho do fumo.
Até os tabacos ingleses mais populares são excelentes. Uma ocasião, em Londres, comprei em uma banca de jornais dois pacotes de um fumo chamado Condor. Um era azul e o outro de cor vermelha. E eram ambos excelentes, encorpados, maravilhosos. Adquirí diversos, e até cheguei a pensar que ia ter problemas na Alfândega, o que ainda bem não aconteceu. A questão é que um belo dia acabou o meu estoque, e nunca mais os encontrei em lugar nenhum.
O certo é que tive a oportunidade de conhecer alguns outros tabacos ingleses que já nem me lembro dos nomes, o que faz ter um profundo arrependimento de ter jogado fora a coleção de embalagens que possuía. E todos eram excelentes. Não me esqueço, no entanto, de um chamado Golden Block que era simplesmente fora de série. Fumei logo que voltei ao hábito do cachimbo por volta de 1982. Nos anos seguintes ainda o encontrava, vez por outra, nas boas casas do ramo.
Havia, porém, um fumo inglês – que infelizmente deixou de ser fabricado – que é inesquecível. Trata-se do Balkan Sobraine Original Smoking Mixture. Na década de 1980 eu encontrava facilmente em muitas tabacarias aqui do Rio. Eram latas (como as dos Dunhill). O blend era composto de tabacos Virgínia claro e escuro e enriquecido com folhas do oriental Latakia. Fabricado pela Sobraine de Londres, encontrei também outras qualidades como Mixture 759, Scotish 3 e Aromatic 7 do mesmo fabricante. Mas nenhuma delas como a Original Smoking Mixture. Era indescritível, chegando a bater os Dunhill em seu aroma e sabor. Um tabaco maduro, consistente, envolvente. Uma preciosidade mesmo.
O drama é que, atualmente os Dunhill também não são mais encontrados no mercado. Já perguntei em várias tabacarias e a explicação é que os importadores suspenderam o negócio com os fabricantes dos tão preciosos tabacos. E a gente fica a ver navios... órfãos saudosos de fumos que não podemos esquecer. É preciso que alguém viaje para que possamos encomendar. E isso é algo muito chato. Eu detesto ficar pedindo para as pessoas me trazerem alguma coisa, porque sei o quanto é difícil arranjar um tempinho em viagens, na maioria das vezes corridas.
(1) Aliás, característica de muitos tabacos ingleses, as latas são abertas apenas quando se coloca uma moeda em sua lateral e torcendo-a, possibilita-se a entrada de ar. Ouve-se um barulhinho (tipo tshiii) e daí é só torcer a tampa e abrir os fumos, geralmente muito bem conservados.
Não é apenas uma lenda, os tabacos para cachimbo ingleses são realmente os melhores do mundo. Pelo menos na minha opinião. Não é à toa que o Irlandês, hoje uma das minhas preferidas entre as marcas brasileiras, tem escrito logo abaixo do seu nome: “Tipo Inglês”. Só que eu discordo e não acho que realmente o seja. Muito embora venha a ser um bom fumo, apenas tenta pegar uma carona na fama.
Mas, voltando aos verdadeiramente ingleses, podemos começar pela linha Dunhill. Já falei dela anteriormente, mas sua deliciosa coleção de latas hermeticamente fechadas (1) é algo que deve ser sempre citado como exemplos de qualidade. Podemos começar pelo Early Morning. Continuar com o Elizabethan Mixture, o Nightcap, o Royal Yacht, ou os Standard Mixture em suas várias opções. E finalizar com o sempre raríssimo (pelo menos aqui no Brasil) e delicioso Three Years Matured, que só tive oportunidade de encontrar uma única vez. Tenho há alguns anos uma lata de um London Mixture que uso para guardar clipes. O curioso é que até hoje, quando abro, sinto o cheirinho do fumo.
Até os tabacos ingleses mais populares são excelentes. Uma ocasião, em Londres, comprei em uma banca de jornais dois pacotes de um fumo chamado Condor. Um era azul e o outro de cor vermelha. E eram ambos excelentes, encorpados, maravilhosos. Adquirí diversos, e até cheguei a pensar que ia ter problemas na Alfândega, o que ainda bem não aconteceu. A questão é que um belo dia acabou o meu estoque, e nunca mais os encontrei em lugar nenhum.
O certo é que tive a oportunidade de conhecer alguns outros tabacos ingleses que já nem me lembro dos nomes, o que faz ter um profundo arrependimento de ter jogado fora a coleção de embalagens que possuía. E todos eram excelentes. Não me esqueço, no entanto, de um chamado Golden Block que era simplesmente fora de série. Fumei logo que voltei ao hábito do cachimbo por volta de 1982. Nos anos seguintes ainda o encontrava, vez por outra, nas boas casas do ramo.
Havia, porém, um fumo inglês – que infelizmente deixou de ser fabricado – que é inesquecível. Trata-se do Balkan Sobraine Original Smoking Mixture. Na década de 1980 eu encontrava facilmente em muitas tabacarias aqui do Rio. Eram latas (como as dos Dunhill). O blend era composto de tabacos Virgínia claro e escuro e enriquecido com folhas do oriental Latakia. Fabricado pela Sobraine de Londres, encontrei também outras qualidades como Mixture 759, Scotish 3 e Aromatic 7 do mesmo fabricante. Mas nenhuma delas como a Original Smoking Mixture. Era indescritível, chegando a bater os Dunhill em seu aroma e sabor. Um tabaco maduro, consistente, envolvente. Uma preciosidade mesmo.
O drama é que, atualmente os Dunhill também não são mais encontrados no mercado. Já perguntei em várias tabacarias e a explicação é que os importadores suspenderam o negócio com os fabricantes dos tão preciosos tabacos. E a gente fica a ver navios... órfãos saudosos de fumos que não podemos esquecer. É preciso que alguém viaje para que possamos encomendar. E isso é algo muito chato. Eu detesto ficar pedindo para as pessoas me trazerem alguma coisa, porque sei o quanto é difícil arranjar um tempinho em viagens, na maioria das vezes corridas.
(1) Aliás, característica de muitos tabacos ingleses, as latas são abertas apenas quando se coloca uma moeda em sua lateral e torcendo-a, possibilita-se a entrada de ar. Ouve-se um barulhinho (tipo tshiii) e daí é só torcer a tampa e abrir os fumos, geralmente muito bem conservados.
6 comentários:
Os cachimbos e fumos ingleses sempre foram os melhores e os mais famosos. Ou será que tem algum outro?
São mais de 20 anos baforando seus cachimbos. É muita experiência em marcas de fumos.
Acho que os ingleses devem ser muito bons. principalmente estas latinhas pelo jeito fechadas a vácuo, que devem conservar bastante o aroma e as propriedades de cada mistura.
Bueno, vamos aprendendo cada vez um pouco mais de cachimbo e acessórios.
Olha, eu considero os ingleses os melhores. Mas os tabacos para cachimbo holandeses e nórdicos também são considerados de excelente nível por muitos fumantes.
As latas são realmente muito bem vedadas. Mas é bom sempre verificar se não têm ferrugem ou outras inteméries do tempo e do tipo de aramzenamento.
Eu já fui surpreendido com coisas assim.
A fama dos fumos ingleses acho que não são contestadas.
Antes de mais nada desculpe pelo atrraso na resposta porque ontem à noite havia um impedimento qualquer no Blogger. Não sei se somente no meu ou em outros computadores. E hoje, sai cedinho e só agora estou de volta.
Mas há quem conteste. São difíceis, mas existem os que prefiram tabacos de outras origens. O estadunidense 'Half & Half', é um que tem muitos admiradors. Aliás, eles têm bons fumos, como o 'Prince Albert' ou o 'Captain Black' e suas variações. E os holandeses...
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