terça-feira, 8 de setembro de 2009

Filmes polêmicos em Veneza

No domingo toquei no assunto Hugo Chávez x EUA. O documentário "South of the Border", de Oliver Stone (1), dedicado ao presidente venezuelano, foi aplaudido por vários minutos ao ser exibido (fora de concurso) no Festival de Cinema de Veneza.
Para questionar o pensamento anti-Chávez, difundido pelo governo estadunidense e pela imprensa daquele país, Stone foi à Venezuela, ao Equador, à Bolívia, Cuba, Brasil, Paraguai e Argentina, onde conversou com os respectivos presidentes. O filme mostra que este grupo de governantes tenta seguir os passos do venezuelano.
Também a exibição do documentário "Capitalism: A Love Story", de Michael Moore repercutiu o que se poderia esperar do diretor de "Tiros em Columbine" e "Fahrenheit 11 de Setembro".
O foco do filme é a crise econômica que abalou o capitalismo em 2008, provocando a quebra de instituições financeiras e a falência não só de empresas, como de pessoas físicas que perderam suas casas, nos EUA, impossiilitados de poder pagar as suas hipotecas.
O cineasta propõe que cada uma das pessoas que assistir ao filme também se rebele, seguindo os exemplos de trabalhadores que ocuparam indústrias desativadas ou alguns moradores que reocuparam suas casas, desobedecendo às ordens de despejo. Moore diz claramente que os EUA hoje "não são" o país que Franklin Roosevelt propunha.

(1) Oliver Stone, ganhador de dois Oscar’s como melhor diretor, realizou, entre outros, “Platoon” (1986),” Nascido em 4 de julho” (1989),” JFK” (1991) e” Alexandre” (2004).

10 comentários:

Ieda Schimidt disse...

Oliver Stone tem tido uam obra que constesta de afato o pensamento estadunidense pós-New Deal.
Esta obra será fundamental para Chavez. Por isso mesmo ele foi a Veneza, e enquanto se fazaiam manifestações contra ele organizada pelso EUA, era aplaudido naquele festival de cinema.

Jonga Olivieri disse...

Pelo menos alguém não sucumbe à forte propaganda lava-cérebros imposta pelos estadunidenses com o "melhor" do que eles aprenderam com os Drs. Strangeloves da vida.
Ou será que esses doutores é que aprenderam com eles?
A "heróica" saga histórica da conquista do oeste que nos foi contada no cinema não tem nada a ver com a verdade, onde se matava pelas costas e emboscadas e os mitos como Bufalo Bill e outros eram apenas cruéis assassinos de índios, verdadeiros "serial killers".
Aliás, Stone promete agora uma "História secretaa dos EUA". Este, além de "South of the border" eu também não quero perder.

Anônimo disse...

Michael Moore tambem é um diretor que considero bastante contestador.
Quando digo a você que há democracia nso Estados Unidos, a prova cabal são esses dois diretores citados neste post.
Pense nisso!
Otávio

Jonga Olivieri disse...

Esta "democracia" é permitida enquanto não se constitui numa ameaça real.
A partir do momento que ela cresce e ameaça o sistema é perseguida e massacrada.
Quanto ao Michael Moore realmente é um diretor que propôe algo novo no cenário da indústria cinematográfica estadunidense.

Stela Borges de Almeida disse...

Que sentimos vontade de ir ao festival mais antigo da sétima arte e assistir ao vivo a estréia do novo filme de Oliver Stone não posso mentir. Enquanto a internet não disponibiliza para o download fico aguardando, quem sabe o Jonga consiga primeiro e...falando sério, lí a notícia primeiro no Novas Pensatas,depois A Tarde na sessão Mundo comenta, mas a posição política de contestação e a recepção do Chávez em Veneza é inédita, ou não?

Jonga Olivieri disse...

Pois é Stela. Se por acaso souber lhe aviso. O que tem disponível hoje no UOL é um trailer do filme de Moore malahndo a política dos EUA.
Quanto à recepção de Chávez em Veneza foi excelente para ele num momento em que o governo estadunidense acirra a frente de difamação contra ele.
Aquilo que estava a falar ontem com o Otávio em comentário aqui. "Democracia" existe até que o perigo seja "real e imediato". Daí em diante é o vale tudo.

André Setaro disse...

Michael Moore, excelente documentarista, ainda que muito manipulador, não pode deixar de ser considerado um analista da sociedade americana. Toca nas 'feridas profundas' dos Estados Unidos, a exemplo da guerra do Iraque e do embuste Bush ("Fahrenheit 9/11", 2004), da venda indiscriminada de armas ("Tiros em Columbine"/"Bowling for Columbine", 2002), da falácia dos planos de saúde privados e da ausência do estado na proteção da saúde do cidadão americano ("Sicko", 2007), entre outros e, agora, neste "Capitalism: a love story", 2009), que está sendo apresentado no Festival de Veneza.

Em "Bowling for Columbine", Moore entrevista Charlton Heston, o velho "Ben Hur", que, nos últimos anos de sua vida era presidente de uma associação a favor das armas. Durante a conversa, o nosso "Moisés" se aborrece com Moore e o abandona. Mas Heston, paradoxalmente, nos anos 60 foi um ativista contra a Guerra do Vietnã e apoiou causas nobres. Creio que o Mal de Alzheimer desfigurou seu pensamento.

Jonga Olivieri disse...

Filmes muito interessantes os de Moore. Tem um trailer de Capitalism: a love story" hoje, não tenho certeza se no UOL ou na Folha. Vale conferir.
Sem dúvida no caso de Heston foi o Mal de Alzheimer que deve ter provocado tamanha transformação.

André Setaro disse...

E Heston, inclusive, foi quem insistiu com a Paramount para Orson Welles realizar livremente 'A marca da maldade' ('Touch of evil'). Chegou a ameaçar os produtores. Pronto o filme, a companhia montou à revelia do autor de 'Citizen Kane'. Mas há cópías restauradas com a versão original.

Jonga Olivieri disse...

Qaundo o vi envolvido com lobbies a favor da livre compra de armas me assustei.
O seu histórico de vida não condizia com este tipo de pensamento e comportamento.