Segunda feira foi o dia da independência. Foi? E daí? Dizendo assim, de forma tão clara parece anti-nacionalista e desdenhoso. Mas o pior é que é a pura verdade. Só que ninguém o diz... Apenas pratica. Será que alguém que esteja a passar o feriado na praia ou na montanha vai se lembrar de brindar a D. Pedro a sua atitude que gerou o nosso desligamento da coroa portuguesa?
Não quero entrar no mérito de como foi o fato em si, quero dizer, os momentos que sucederam ao que recebeu a carta, a leu e limpou-se com ela – segundo as más línguas. Quero apenas lembrar que a independência do Brasil é uma presopopéia montada passo a passo e definitivamente romantizada pelo quadro de Pedro Américo; que substituiu um jumento qualquer por um refinado cavalo de raça.
Nossa independência não tem muito a ver com o povo. Houve poucos focos de resistência portuguesa, a maior delas na Bahia que comemora a sua independência no dia 2 de julho com muito mais emoção e participação popular. Porque naquele dia, em 1823 os baianos viram os seus ex-colonizadores e suas tropas, baterem em retirada. Da mesma forma, na América inteira houve luta, contra espanhóis, ingleses ou franceses...
No Brasil aconteceu praticamente uma sucessão ao trono. Do tipo “o rei foi embora! Viva o imperador!” Imperador este que denominou-se Pedro I e depois de alguns anos voltou à sua terra natal (Portugal), onde coroado Pedro IV foi garantir o poder à sua filha Maria (1) o poder ameaçado pelo seu primo Miguel.
Esta a razão da falta de uma memória de nossa independência, somente festejada burocraticamente com alguns desfiles pelas autoridades. A nós, o povo, resta assisti-los. Quando o fazemos, claro... Até porque este ano apenas a TV Brasil transmitiu o evento.
(1) Esta a única rainha portuguesa nascida no Brasil.
Não quero entrar no mérito de como foi o fato em si, quero dizer, os momentos que sucederam ao que recebeu a carta, a leu e limpou-se com ela – segundo as más línguas. Quero apenas lembrar que a independência do Brasil é uma presopopéia montada passo a passo e definitivamente romantizada pelo quadro de Pedro Américo; que substituiu um jumento qualquer por um refinado cavalo de raça.
Nossa independência não tem muito a ver com o povo. Houve poucos focos de resistência portuguesa, a maior delas na Bahia que comemora a sua independência no dia 2 de julho com muito mais emoção e participação popular. Porque naquele dia, em 1823 os baianos viram os seus ex-colonizadores e suas tropas, baterem em retirada. Da mesma forma, na América inteira houve luta, contra espanhóis, ingleses ou franceses...
No Brasil aconteceu praticamente uma sucessão ao trono. Do tipo “o rei foi embora! Viva o imperador!” Imperador este que denominou-se Pedro I e depois de alguns anos voltou à sua terra natal (Portugal), onde coroado Pedro IV foi garantir o poder à sua filha Maria (1) o poder ameaçado pelo seu primo Miguel.
Esta a razão da falta de uma memória de nossa independência, somente festejada burocraticamente com alguns desfiles pelas autoridades. A nós, o povo, resta assisti-los. Quando o fazemos, claro... Até porque este ano apenas a TV Brasil transmitiu o evento.
(1) Esta a única rainha portuguesa nascida no Brasil.
8 comentários:
Não houve uma "independência" no rigor da palavra. O que houve foi uma transferência da dívida que Portugal tinha com a Inglaterra para o Brasil.
Nossa dívida externa começa neste 7 de setembro. Nos livros escolares não se aprende nada. Há, apenas, a louvação. "Independência ou Morte!" Mas que independência?
Depois da dívida com os ingleses, vieram as outras.
Quanto a independência, todas as vezes que tentamos esboçar alguma houve deposições, golpes de Estado ou seja lá o que foi...
Independência? De que?
Aqui no Rio Grande bem tentamos mas não conseguimos.
Tu sabe disso, não sabe?
Bem, a Província Cisplatian conseguiu. Pelo menso ficar independente deste infeliz pedaço do mundo e se transformar na República oriental do Uruguai, que durante anos foi um país de excelente nível de vida, etc, etc...
Volto a citar a frase do Millôr que considero antológica: "brasileiros são passageiros do planeta Terra com um péssimo serviço de bordo"
É mesmo impressionate como as pessoas não se ligam nesta nossa data. Por isso mesmo considero o seu título muito sujestivo pois traduz perfeitamente o que se passa.
Otávio
E o que se passa? A independência do Brasil não foi um movimento ligado ao povo. Como em toda a nossa história foi o fruto de um movimento da elite.
Neste caso, da nobreza mesmo!
Bem lembrado o 2 de julho na Bahia, mas quem sabe narrar as comemorações da Independência na Bahia( 1889-1923)é a Wlamyra R. de Albuquerque, que tem um livro que nos ajuda a entender a história e talvez nos ajude a inventar a Bahia da utopia cabloca, como diz João José Reis. Mas o 7 de setembro de 2009 foi marcado pelo palco de Águas Claras com incêndio de coletivos e transferência de traficante para presídio em Mato Grosso do Sul ( a história é maior do que o espaço para narrar)
Jonga, se você quiser eu empresto o livro da Wlamyra, se chama "Algazarra Nas ruas" e obrigada por fazer-me redescobri-lo na estante, uma lembrança das ruas de Salvador festejando o desfile dos caboclos.
Porque, veja bem Stela, aí houve uma independência conquistada na luta corpo a corpo.
Lembro-me tanto de minha avó contando a história do corneteiro que ao invés de tocar retirar, tocou avançar e foi ganha a batalha. Histórias de uma história mais grandiosa.
Será que o livro de Wlamyra eu não encontro aqui? Que editora é?
Posso procurar nos sebos, pois teem bons no centro da cidade. Agora mesmo estou a catar o livro do Mario Garnero. O tal sobre o passado do sr. da Silva... Mas este está difícil.
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