domingo, 6 de setembro de 2009

Pensatas de domingo

Estava eu na semana passada a andar pela Domingos Ferreira, quase esquina de Barão de Ipanema, em Copacabana, quando dou de cara com o Braseiro, um galeto antigo. Fui lá pelos idos dos 1960, numa noite, quando zanzava pela cidade com meu primo Alberto, de Salvador. Ali, saboreamos um galetinho bem passado regado a bem tirados chopes.
Deu-me nostalgia, mas era um pouco cedo para almoçar (cerca das 10h30m) e o estabelecimento nem abrira as portas ao público. Mesmo assim, olhei o seu cardápio exposto na entrada e anotei seu telefone. Passei um e-mail pro meu primo e vou voltar lá uma hora dessas.
E, por acaso, aquele pedaço de Copa tem umas coisas antigas e de qualidade. Um boteco, mas boteco mesmo (decentíssimo) de galegos, a pizzaria Caravelle, um restaurante árabe de boa qualidade e o primeiro Bob’s da cidade. O Bob’s daquele tempo em que só empregava portugueses que gritavam o seu pedido: “Salta aiê um quechooorrooo queeente!”. Tempinho bão!

Zelaya continua deposto, à margem do poder legalmente conquistado. Se os ianques, como apregoam, são tão a favor dele, por que os “marines” – como de costume – não vão defender a “democracia” e garantir a sua volta à presidência?
São as duas caras do goveno Obama, que está a transformar o Afeganistão em um novo Vietnã. Ou ainda mais grave no que foi o Afeganistão para os macedônios de Alexandre na antiguidade, para os britânicos no século XIX ou os soviéticos no XX.
Tudo porque o Estado terrorista estadunidense comandado pelo “negro de alma branca” quer exterminar seu inimigo público nº 1, o quase xará Osama. Obama é um “Bush em pele de Martin Luther King”.

O Rio de Janeiro foi eleito pela revista Forbes como a cidade mais feliz do mundo. Na pesquisa, desbancamos cidades como Sydney (Austrália) e Barcelona (Espanha). Novidade? Nenhuma. O povo carioca, com toda a contra-propaganda sobre violência é fruto da inveja de paulistas, cujo índice de infelicidade está exposto no seu trânsito neurótico e na expressão (angustiada) de sua população.
"Belas imagens de jovens dançando e montanhas dão o tom de beleza do Rio. Não podemos esquecer que a cidade é a terra do carnaval", descreve a revista, que estampa uma foto do jogador Adriano, no dia do seu retorno ao Flamengo.
Segue o resultado do ranking da Forbes sobre a felicidade em cidades do mundo: 1º - Rio de Janeiro (Brasil); 2º - Sydney (Austrália); 3º - Barcelona (Espanha); 4º - Amsterdã (Holanda); 5º - Melbourne (Austrália); 6º - Madri (Espanha). 7º - São Francisco (EUA); 8º - Roma (Itália).; 9º - Paris (França); 10º - Buenos Aires (Argentina).

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou na última sexta-feira que a jornada mundial de protestos contra ele foi um "fracasso" e que a CIA está por trás da mobilização (alguém duvida disso?).
Houve protestos em vários países, a destacar Colômbia, Honduras e Estados Unidos, contra a suposta ingerência do líder venezuelano, em resposta a uma convocação batizada de "Não Mais Chávez", lançada nas redes virtuais Facebook e Twitter, mas a maioria das manifestações, pelo que foi divulgado, reuniu pouca gente. Inclusive em Caracas onde houve duas. Uma contra e outra a favor.
Chávez, por ser o único presidente americano que protesta e desafia abertamente os Estados Unidos, tem sido alvo constante de uma campanha de ridicularização e desgaste por parte da mídia estadunidense, a mais poderosa do mundo. Além do mais, ele não fez nenhum curso na Jonhs Hopkins University. Em outras palavras, não tem o “rabo preso” com a CIA e o império.

12 comentários:

André Setaro disse...

Em Salvador, você deve se lembrar, também tem um bar e churrascaria chamado "Brazeiro" (assim com "z" mesmo), que ficava na rua Carlos Gomes ao lado do "La Fontane", que, por sua vez, estava localizado em frente do famigerado "Good Day", pasteleria chinesa que vendia pastéis feitos na hora e na fervura (de queijo, de carne, de palmito) e as indefectíveis "esfihas ou esfiras". Tanto o "Brazeiro" como o "Good Day" possuiam outros estabelecimentos espalhados pela cidade. Este último, por exemplo, tinha uma outra pastelaria que ficava na Baixa dos Sapateiros quase em frente ao Jandaia, onde você, nos anos 60, costumava comer pizzas.

O "Good Day" ("Bom Dia" porque os boemios da época, chegada a aurora, gostavam de terminar a farra com seus pastéis e esfiras). Mas era um lugar sempre vigiado pela Saúde Pública e foi fechado várias vezes por falta de higiene.

Falava-se que a esfira era feita com carne de cachorro, mas, cachorro ou não, higiênica ou não, era uma delícia. A carne tinha um avermelhado estranho, é verdade. A esfira do "Good Day" ficou famosa e não há baiano que não a tenha provado.

Tinha, porém, um incoveniente: a gordura que escapava e deslizava, como um fio, pelo braço até a altura do cotovelo. Deixava um cheiro insuportável. Apenas a comia quando já estava de volta para casa para poder lavar a mão e os braços e, em alguns casos, tomar banho.

Conta-se que um restaurante do Mercado das 7 Portas, famoso pela feijoada, mocotó e sarapatel, esprimia o pano de chão nas panelas. Nem por isso, no entanto, deixavam os pratos de serem deliciosos.

Jonga Olivieri disse...

Lembro-me muito bem desta pastelaria em frente ao Jandaia.
Íamos sempre que voltávamos de algum cinema. Ou mesmo descíamos alí pela Saúde para saborear a pizza. Era tão (ou mais) frequentado do que o Salomão's* Bar em Nazaré,
Naquele tempo não era apreciador de esfihas. coisa que hoje, pelo contrário...
Mas costumo ser meio "chato" com o quitute libanês e só os como em restaurantes idem. Não gosto dos que teem (aqui também costuma ter) nos chineses da vida. Sei lá, são massudos demais e não possuem o tempero árabe.
É como sushi de restaurantes com buffet. Só aprecio a iguaria nipônica nas casas japoneses.

(*) Claro que o nome não era este. Aliás enm me lembro. Mas é só para situar...

Ieda Schimidt disse...

A tua abordagem sobre o Afeganistão vem bem a propósito. Obama está intensificando muito a ofensiva naquele país.
O Rio de Janeiro está de parabéns pela conquista da primeira colocação em felicidade na Forbes. E eu concordo. Os paulistas fazem muito estardalhaço sobre a violência no Rio, mas eles mesmos moram na cidade mais violenta do Brasil Lembra-te daquela confusão provocada pelo PCC em que a cidade "que nunca para" parou pra valer?
O Chavez tem uma postura audaz, mas faz o jogo do inimigo. Este é o grande problema dele.
Para finalizar, gostei imenso daquela definição de Obama: "Bush em pele de Luther King".

André Setaro disse...

O "Salomão's Bar" ficava numa ladeira em frente ao edifício do Sesc. Partindo do mitológico 191, e atravessando a rua, em direção ao Largo de Nazaré, virava-se à esquerda. Esta ladeira, pequena, ia dar no Jogo do Carneiro. No meio dela, uma casa de lanches, pequena, creio aproveitamento de duas garagens: uma, fechada, com madeira, para os fornos das pizzas e um ou dois cozinheiros, a outra, aberta, onde ficava a lanchonete propriamente dita. Era de propriedade de uma senhora gorda, mas quem ficava a atender era um rapaz escuro chamado Agnelo, que tinho o hábito de limpar a testa gordurosa com guardanapo de papel. Ficava com nojo. Vendia refrigerantes, pizzas e sanduíches. Íamos muito também, por perto, na volta de algum cinema. Lá que aconteceram os brados retumbantes de Salomão, que fazia questão, sempre, de pedir o Baurú.
- ME DÁ UM BAURÚ AÍ!
Todos olhavam para ele, que se mantinha no mesmo gesto, risonho, com aquela cara de bolacha Maria, avermelhada, com os olhos a querer sair de suas órbitas.

Jonga Olivieri disse...

Aliás, foi "promessa" de campanha dele. Não é à tôa! Com excessão dos japoneses que utilizaram balões incendiários nas florestas da Califórnia, foi a primeira vez que os Estados Unidos foram atacados diretamente desde o século XX.
E o Rio sempre provocou inveja de arrepiar aos paulistas. Uma bobagem, um comportamento provinciano e bairrista, pois cada cidade tem suas vantagens e desvantagens. São paulo não possui a beleza do Rio de Janeiro, mas tem lá seus encantos. Quer dizer, dependendo do ponto de vista para a palavra.
E Obama é mesmo um Bushizinho em pele de Martin Luther King. E cada dia isto vai ficar mais claro e evidente.

Jonga Olivieri disse...

Lembro bem do local do "Salomão's". E quantas vezes fomos lá? Perdi a conta.
Mas você tem uma memória! Lembrar, passados cerca de quarenta anos depois o nome do atendente... Uau!

Anônimo disse...

O Chaves tem este problema de embarcar no jogo da provocação. Ele não tem linha nenhuma. Vi uma vez ele falando um palavrão na televisão. Um presidente não pode falar assim. Por exemplo, eu nunca vi Fidel Castro fazer uma coisa dessas. Fica fácil de ser ridicularisado. É só exibir uma cana dessas que reforça tudo o que querem falar dele.
Otávio

Jonga Olivieri disse...

Este é o "calcanhar de Chávez".

maria disse...

Copacabana tem lugares tão gostosos. O bairro tem de tudo Dizem que é o preferido pela 3a idade justamente pela variedade de suas opções.
Sempre que fui ao Rio fiquei lá. E gosto demais.

Jonga Olivieri disse...

Também gosto muito de Copacabana.
Não só por já estar na 3ª idadem como também porque desde a 1ª vou lá.
Na minha adolescência tinha bons cinemas. Enfim, é um bairro que faz parte de quem vive no Rio de Janeiro.

Stela Borges de Almeida disse...

Pensatas de domingo cada vez mais sofisticada, um tour pelos bares da infância, passagem pelos armazéns dos imigrantes espanhóis, visitas à comilança de Babette, até chegar às últimas do Chavez. Voltarei, por hora sem muito a dizer uma vez que seguindo radical trilha natureba. Forte abraço.

Jonga Olivieri disse...

Você é sempre bem vinda, Stela.
Boa "trilha natureba"... Preciso entrar numa assim também.