quarta-feira, 10 de julho de 2013

A greve geral e a “pelegada”. Será que vão melar?


As principais centrais sindicais chegam divididas ao "Dia Nacional de Lutas", tendo como centro disso o apoio ao governo de dona Dilma. O movimento, que coloca os trabalhadores na rota de protestos, promete paralisar São Paulo e algumas das principais cidades do país. Após algumas reuniões, a falta de consenso resultou na inclusão somente de assuntos de interesse direto dos trabalhadores, como a redução da jornada, o fim do fator previdenciário e ainda o combate à terceirização dos postos de trabalho.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) queria o apoio das demais centrais à consulta popular para uma reforma política, “encampada” pelo PT e pelo governo; claro, a CUT é governista. Mas sindicalistas ligados à Força Sindical e à CSP-Conlutas vetaram a ideia. A CUT levará a proposta isoladamente.
Por outro lado, as duas centrais acima querem debater o combate à inflação e defendem mudanças na equipe econômica. "Vamos pedir a cabeça do ministro Guido Mantega. Queremos mudança na política econômica e redução na inflação, que corrói o salário do trabalhador", disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical.
"O problema não é o ministro. É o governo que privilegia o interesse dos bancos, das empresas, do agronegócio, e não o dos trabalhadores", disse José Maria de Almeida, coordenador da CSP-Conlutas e presidente do PSTU. A CUT nega que defenda a proposta do governo, mas confirma que é a favor da consulta popular sobre temas de interesse da sociedade.
Os sindicalistas não falam em número de pessoas nas manifestações, mas sim no total de trabalhadores que vão aderir à paralisação. Na avaliação da Conlutas, se o Metrô de São Paulo parar, cinco milhões de passageiros serão afetados, o que amplificaria o alcance do ato. Os ônibus devem operar normalmente em São Paulo, segundo o sindicato.
Pelo menos 600 mil servidores públicos do Executivo e do Judiciário também vão aderir. Petroleiros, professores, comerciários, químicos e metalúrgicos de diferentes centrais também vão parar. Os estivadores do porto de Santos iniciam hoje a paralisação. Os bancários decidem ainda hoje se participam.
Em São Paulo, haverá uma manifestação conjunta das centrais sindicais na Avenida Paulista, a partir do meio dia. Militantes do PT prometem ir às ruas para pedir a reforma política, o que tem irritado as centrais, exceto a CUT.
Dirigentes do partido, pedindo reserva do nome, disseram à Folha que militantes petistas vão participar tendo "a pauta das centrais" como foco principal e que o debate sobre a reforma política nunca foi colocado como prioridade no ato, mas que não podem impedir a militância de tratar sobre o tema, se desejarem. A resistência é atribuída ao que classificam como "veneno" por parte de Paulinho.
Conclusão: a “pelegada” está solta. Será que vão acabar melando o movimento mais importante dos últimos tempos? 

4 comentários:

Mário disse...

Loucura! Além da direita agora temos que enfrentar o "fogo amigo"?

Jonga Olivieri disse...

E quem disse que é fogo amigo?
E quem disse que a CUT e o PT não são a direita?
Aí é que está, amigo... Não se esqueça que eles foram fruto do imperialismo estadunidense...
A CIA fundou o PT.

Misael disse...

Os líderes sindicais -- bem lembrado por ti, porque antigamente eram chamados de “pelegos” -- não conseguem uma unidade.
Isso simplesmente porque cada um tem seus interesses partidários e políticos, mas esses, são conflitantes.

André Setaro disse...

Greve 'fabricada' pelo PT e uma interferência indevida nas manifestações espontâneas. Todo cuidado é pouco. Amanhã vou dar aula, vou trabalhar.