sexta-feira, 12 de julho de 2013

O Dia Nacional de Lutas terminou com forte repressão policialesca no Rio



Dois grandes protestos realizados no Rio de Janeiro nesta 5ª feira (11) terminaram com pelo menos 34 manifestantes presos. Enquanto no centro da cidade marcharam pela Avenida Rio Branco em um passeata organizada por sete centrais sindicais – que tinha entre os principais motes a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais–, o outro grupo se reuniu em frente ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, zona sul, pedindo a saída do (des)governador Sérgio Cabral (PMDB).
  
Os distúrbios no centro começaram antes mesmo da saída oficial da marcha, marcada para as 17h. Por volta das 16h30, um grupo de manifestantes tentou romper o bloqueio policial no local e a repressão revidou com bombas de gás lacrimogêneo.
  
Quando a marcha chegou na altura do Museu Nacional de Belas Artes, na avenida Rio Branco, manifestantes foram rechaçados pela PM com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha. Ao todo, 12 pessoas foram detidas e encaminhadas para a 5ª DP (Mem de Sá).
A pós o início da confusão a manifestação foi encerrada pelos organizadores (centrais sindicais UGT (União Geral dos Trabalhadores), Força Sindical, CUT (Central Única dos Trabalhadores), CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) e NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores).

Das reivindicações...
... À violenta repressão
Já o protesto em frente ao Palácio Guanabara, segundo a PM, terminou com 22 presos. Os manifestantes detidos foram encaminhados para a 12ª DP (Copacabana).  O grupo havia se concentrado no final da tarde no Largo do Machado, de onde seguiram a pé em direção à sede do governo fluminense. A Rua Pinheiro Machado foi interditada nos dois sentidos.
  
Eles foram dispersados pelas forças repressoras, que jogaram bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral. Após o confronto, um cordão formado por cerca de cem policiais foi formado em torno do palácio, para onde os manifestantes voltaram.
  
Houve nova confusão, quando bombas de efeito moral e balas de borracha foram utilizadas mais uma vez. Uma barricada foi improvisada na rua, com lixo incendiado. Os estabelecimentos comerciais da região fecharam às pressas e moradores desceram dos seus apartamentos reclamando da fumaça das bombas de gás lacrimogênio.
  
O pior: ao tentar fugir da polícia, um grupo de manifestantes entrou na Casa de Saúde Pinheiro Machado, vizinha ao Palácio Guanabara. Segundo funcionários do estabelecimento, todo o local se encheu de gás lacrimogêneo quando a polícia invadiu o local atrás dos manifestantes.
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10 comentários:

Anônimo disse...

Segundo li hoje, os manifestantes que tentaram invadir o Palácio Guanabara foram reprimidos com bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água lançados de um caminhão (novo equipamento comprado pelo governo estadual).
Com a fuga par um hosputal em frente, a polícia lançou mais bombas de gás em direção ao estabelecimento. Funcionários que não quiseram se identificar disseram que o cheiro de gás foi sentido nos quartos.
Ao todo, 22 leitos estavam ocupados naquele momento.
Ao menos um manifestantes entrou no hospital com um ferimento na cabeça e foi atendido.

Tavim

Misael disse...

Em junho, os sindicalistas descobriram que não têm mais o monopólio das mobilizações políticas de rua. Perplexos, precisavam fazer alguma para demonstrar que ainda têm poder de fogo.
Há duas lógicas para tentar compreender o que ocorreu ontem. E ambas colocam os líderes das centrais a reboque dos protestos de junho.
A primeira é a tática, o senso de oportunidade. Sindicatos procuraram aproveitar o momento de fragilidade do governo e o clima geral de insatisfação para tentar avançar em suas reivindicações.
Já a segunda lógica é o velho senso de sobrevivência. Foi essa tentativa desesperada de retomar o protagonismo que uniu sindicalistas de alas tão distintas.

André Setaro disse...

E o ''cabralzinho-filhinho'', como diz Hélio Fernandes, está em baixa. Viva! Gosto apenas do pai dele.

Jonga Olivieri disse...

Me to, André!
Alias, conheço o irmão dele, que trabalhou comigo em uma agência.
Espero que até hoje ainda seja melhor do que ele. Mas tenho cá minhas dúvidas.
Afinal, como diz o velho e sábio ditado popular: "quem com porcos convive...et caverna"

Anônimo disse...

Ai caramba! Dilma fez tudo para isso correr como ela queria.
Já o Lula torceu pelo contrário..
Ele quer dar o golpe dentro do PT para ser o candidato e está quase conseguindo o seu objetivo.
Mas a verdade é que as manifestações anteriores foram bem melhores.
Com exceções, claro. E esta do Rio foi uma.
A repressão tem que 'cair de pau'. Isso é bom, cara! Dá oportunidade de se reagir e transformar esta pôrra numa revolução!
Ou cê acha que se pode cozinhar um omelete sem quebrar os ovos?

Tovar

Anônimo disse...

E eu que nem do pai dele gosto?
Não pelo valor, que ele tem, mas pelo caráter que ele também não tem!

L.P.

Mário disse...

Eu estava lá e vi: o começo foi tumultuado por membros de um grupo que usava roupas e máscaras e traziam bandeiras com o símbolo (um “A” dentro de um círculo), ceio eu, do Anarquismo.

Na Candelária, eles provocaram a polícia, que, claro, aproveitou para usar tudo a que tem direito e lançou bombas de gás lacrimogêneo e gás de pimenta. Eles cercaram a PM e jogaram pedras e latas em resposta a eles.

Foi muito corre-corre no local.

Cantídio disse...

Depois da Cinelândia o protesto centrou-se no Palácio Guanabara, fechando a Pinheiro Machado e pedindo a renúncia do, como você diz (des)giovernador Sergio Cabril, que rima com "... que o pariu".
Mais, pelo menos uma dezena de manifestantes presos. Tinham dois helicópteros... Seria O Cabral? Acho que ele não tem 'colhão' pra isso”

Joelma disse...

A presidente e o PT parece que até o momento não entenderam (ou fingem que..), o que se passou --e se passa-- com o povo brasileiro... que encheu o saco depois que se viu desrespeitadíssimo.

Anônimo disse...

A greve teve intensidade abaixo da média em relação ao que se podia esperar de um evento daquela magnitude.
Onde o transporte coletivo aderiu, as consequências foram mais visíveis no panorama urbano. As ruas ficaram com jeito de feriado.
As principais centrais sindicais são braços de partidos da base do governo. E a base do governo, acuada pelas mobilizações dos últimos dias, pensou que se o povo estava saindo para a rua com tamanha determinação, o governo deveria colocar na pista seu próprio bloco na rua, mas sem os “Fora Dilma!
L.P.