Navios de guerra dos EUA no Mediterrâneo lançaram
dezenas de mísseis Tomahawk que
atingiram a base aérea de Shayrat, que segundo versão do Pentágono estava
envolvida no ataque com armas químicas efetuado nesta semana.
Esta foi a primeira grande decisão de política
externa de Trump desde que tomou posse, em janeiro, com o tipo de intervenção
direta na guerra civil síria, que seu antecessor, Barack Obama, evitava. Os
ataques foram reação ao que Washington diz ter sido um ataque com gás venenoso
realizado pelo governo do presidente sírio, Bashar al-Assad, e que matou ao
menos 70 pessoas em território tomado por rebeldes.
A Rússia alertou nesta sexta-feira que os ataques
com mísseis de cruzeiro dos Estados Unidos contra a base aérea síria podem ter
consequências “extremamente sérias”, num momento em que a primeira grande
incursão do presidente Donald Trump em um conflito externo abriu um racha entre
Moscou e Washington.
“Condenamos fortemente as ações ilegítimas dos
Estados Unidos. As consequências disto para a estabilidade regional e
internacional podem ser extremamente sérias”, disse o enviado adjunto da Rússia
na Organização das Nações Unidas (ONU), Vladimir Safronkov, durante encontro
nesta sexta-feira do Conselho de Segurança da ONU.
Autoridades estadunidenses informaram forças
russas antes dos ataques a mísseis e evitaram atingir militares russos. No
entanto imagens de satélites sugerem que a base hospeda membros das forças
especiais russas e helicópteros, parte dos esforços do Kremlin para ajudar
Assad na luta contra o Estado Islâmico e outros grupos opositores.
“Anos de
tentativas anteriores de mudar o comportamento de Assad fracassaram e
fracassaram muito dramaticamente”, disse Trump ao anunciar o ataque na noite de
quinta-feira em seu resort na Flórida, onde se encontrava com o presidente da
China, Xi Jinping.
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, disse:
“Estamos preparados para fazer mais, mas esperamos que isto não seja
necessário”, disse ao Conselho de Segurança da ONU. “Os Estados Unidos não irão
tolerar quando armas químicas forem usadas. Está em nosso interesse vital de
segurança nacional evitar a disseminação e uso de armas químicas.”
Aliados dos EUA na Ásia, Europa e Oriente Médio
expressaram apoio, embora por vezes com cautela.
A Rússia se juntou à guerra em nome de Assad em
2015, levando o confronto a favor do presidente. Embora apoiem lados opostos na
guerra entre Assad e rebeldes, Rússia e EUA dizem compartilhar um único inimigo
principal: o Estado Islâmico.
Damasco e Moscou negaram que forças sírias
estavam por trás do ataque com gás, mas países ocidentais rejeitaram a explicação
de que químicos vazaram de um galpão de armas de rebeldes após um ataque aéreo.
Além disso tudo, é bom lembrar que sob supervisão
da ONU a Síria já havia eliminado suas armas químicas em 2014...
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