quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Ku Klux Klan (1) elogia Bolsonaro

David Duke, antigo líder da KKK e nome até hoje muito importante do grupo, elogiou o presidenciável brasileiro Jair Bolsonaro (PSL). O comentário foi feito no programa de rádio de Duke. As informações são da BBC Brasil.



"Ele soa como nós. E também é um candidato muito forte. É um nacionalista", afirmou David Duke. E continuou: "Ele é totalmente um descendente europeu. Ele se parece com qualquer homem branco nos EUA, em Portugal, Espanha ou Alemanha e França. E ele está falando sobre o desastre demográfico que existe no Brasil e a enorme criminalidade que existe ali, como por exemplo nos bairros negros do Rio de Janeiro."


A Ku Klux Klan é uma organização racista que surgiu nos Estados Unidos no século XIX e ficou conhecida por perseguir e matar negros. Duke já foi filiado ao Partido Nazista da América nos anos 1960 e foi um dos organizadores da marcha racista que ocorreu em Charlottesville, em 2017. Na ocasião, um supremacista branco atropelou e matou uma pessoa que integrava um protesto contra a KKK.



1. O primeiro Klan da KKK surgiu no sul dos EUA no final dos anos 1860 (2) e deixou de existir no início da década de 1870. Ele tentou derrubar os governos estaduais republicanos no sul durante a Era da Reconstrução, especialmente através do uso da violência contra líderes afroamericanos. Com inúmeros ataques em todo o sul, o grupo foi suprimido por volta de 1871, através da aplicação da lei federal. Seus membros faziam seus próprios trajes, muitas vezes coloridos: roupões, máscaras e chapéus cônicos, projetados para serem aterrorizantes e para esconder suas identidades.

O segundo grupo foi fundado em 1915 e começou a atuar em todo o país em meados da década de 1920, especialmente nas áreas urbanas do Oeste e Centro Oeste. Ele se opunha aos católicos especialmente os imigrantes mais recentes, sendo que ressaltava sua profunda oposição à igreja católica. Esta segunda organização adotou um traje branco padrão e usava palavras de código semelhantes como as do primeiro Klan, além de ter adicionado os rituais de queima de cruzes e de desfiles em massa.

A terceira e atual manifestação da KKK surgiu depois de 1950, sob a forma de grupos pequenos, locais e desconexos que fazem uso do nome KKK. Eles se concentraram na oposição ao movimento dos direitos civis, muitas vezes usando violência e assassinatos para reprimir ativistas (3). É classificado como um grupo de ódio pelo Southern Poverty Law Center. Estima-se ter entre 5.000 e 8.000 membros em 2012. A segunda e a terceira encarnações do Ku Klux Klan faziam referências frequentes ao sangue “anglo-saxão” dos Estados Unidos, que remete ao nativismo do século XIX. Embora os membros da KKK jurem defender a “moralidade cristã” praticamente todas as denominações cristãs oficialmente denunciaram as práticas e ideologias da KKK.



2. No cinema está exemplificado em “O Nascimendo de uma Nação” (Birthday of a Nation), um clássico de D. W. Griffith (EUA, 1915)


3. O premiado filme “Mississipi em Chamas” (Mississipi Burning) de Alan Parker com Gene Hackman, Willem Defoe e Frances McDormand (EUA, 1988), é um bom exemplo deste período.


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