Por um momento pensei no caso de Israel a oferecer artefatos nucleares à Africa do Sul, ainda na era do apartheid... E, veio-me à cabeça o motivo de tal oferta! Como? Para explodi-las em seu próprio território? Para deletar o Soweto da face da Terra? É meio que demais... Mas o pior de tudo: o assunto foi noticiado mas já morreu na praia. Por que?
Ai... Se fosse o Irã!
Foi um flashback. Um segundo de papo com a Vi sobre “congestão”, que me lembrei do menino afogado na piscina do Guanabara e de todo o drama que haveria por detrás daquilo tudo; por vezes tendemos a romancear fatos do nosso dia a dia. No caso em questão, no entanto, as evidências eram muito claras... A mãe o deixava no clube porque não tinha outro lugar para deixá-lo.
Um belo dia, alguem mergulhou e saiu da piscina dizendo que tinha algo no fundo, bem ao lado de uma das escadas de acesso ao piscinão. Foi um choque ver aquela criança sendo erguida, inerte... E outro maior ainda quando a mãe chegou algum tempo depois. Vê-la espantada a chorar ao lado do seu corpinho estendido sobre duas mesas, coberto por um pano branco... Foi uma tarde triste... Muito triste!
Afinal, o garoto havia mergulhado logo depois do almoço. Será que congestão existe?
Por que gosto tanto de reticências... Por que? Acho que ao escrever, podemos deixar perguntas no ar. E as reticências representam isto, quero dizer... Perguntas. Perguntas? É tudo uma questão de momentos...
Este blogue é uma miscelânea de pensamentos sobre os mais variados assuntos. Tem recuerdos, críticas variadas, abordagens da situação política e social no Brasil e no mundo, pensamentos diversos, contos, lixo cultural. Tudo sem sequência e sem compromisso de continuidade.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Momentos, por instantes, só momentos...
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12 comentários:
O post de hoje tem um conteúdo resnaisiano, pois flashs, lances de memória, reticências.
A ideia para este post, surgiu mesmo do papo sobre congestão. Um papo tolo, como estas dezenas, quem sabe centenas de coisinhas estúpidas que pensamos ao longo do dia.
Mas é o tal caso. Pinçando daqui e dali as coisas podem ser muito maiores do que aparentam. Po isto busquei um apelo visual à altura de toda a sua magnitude, como pegar o sol com as mãos.
Ou como a nossa gatinha que tenta pegar a água que corre nas torneiras. E eu fazia isso quando era criança... Nem sequer me lembro, Mas minha mãe me conta.
Resnais? Quem sou eu? Por acaso algum "Jongá Rober Grillet"... Mas avida é feita destes pequenos detalhes. Vide "L'anée dernier à Mareinbad", talvez o seu melhor filme (reticências)
Eu sou a minha memória, já disse alguém. No meu caso particular, sou muito memorialístico, gosto de recordar. Detesto as pessoas que não possuam uma memória seletiva. Resnais, por exemplo, é o cineasta da memória, do 'recuerdo'.
Mas conheço pessoas que não se lembram do filme que viram na semana passada. Trata-se de uma apatia, desinteresse diante do que viu. E diz mal da pessoa. Salvo casos de Alzheimer, que precisam ser respeitados.
Que sensibilidade. Me incomodam mais as questões políticas, apeasar de por ser uma leitora assídua do seu 'blogue' (sic) estou habituasda com elas.
Mas a nerração do acontecido no clube lembram 'momnetos' de filmes da Nouvelle Vague. E o tópicosobre as reticências, só tenho um comentário a fazer: ...
Mayra
E linda a simbologia da imagem, como disse. Tem tudo a ver pegar o sol com os dedos e não tapa-los com a peneira.
Mayra (esqueci de comentar)
Sim André. Muito embora ache que não devemao viver apenas do passado. Mas nem do futuro.
O presente é que deve ser vivido e valorizado. E poucos fazemos isso!
Poético. Poético demais.
Senti-me emocionado quando escrevia o caso do garoto afogado no Guanabara. São acidentes de percurso que deixam a gente meio mal.
Tem um filme com a Jeanne Moreau chamado "Moderato cantabili" que gira me torno de uma pessoa atropelada e que o personagem a vê e isto desencandeia toda a ação do filme...
A leitura do post provocou-me associação com debates filosóficos, aprecio, mas me sinto neófita no terreno. Tenho assistido nestes últimos dias a Trilogia das Cores de Krzysztof Kiéslowski, repletos de momentos, de acasos, de duplas vidas, de paradoxos, é deste universo que envio os versos de Virgíio, Eneida I, 459-463 ( estou copiando ipsis littettris)
"Que lugar, Acates, que região da terra não está repleta de nossas aflições? Vê, Príamo. Os atos louváveis aqui mesmo têm seu prêmio; há lágrimas pelas façanhas e os destinos dos mortais tocam o coração. Livra-te do temor; algum proveito te trará essa história"
Entrou pelo pé do pato saiu pelo pé do pinto, se não gostou que me conte cinco...Um grande abraço.
Conhecemos a trilogia de Krzysztof Kiéslowski, tambem chamada de "trilogia das cores" (Bleu, Blanc e Rouge) que são filmes fora de série, mas eu nunca assisti nada alem disso dele, como os tão discutidos "Decálogos" produzidos anteriormentente.
Neam "A cicatriz" e tantos outros.
Gostei muito dos versos de Virgílio.
A imagem é belíssima e diz tudo. Poucas vezes uma traduziu tão bem e poeticamente uma matéria.
Parabéns guri!
Obrigadão Ieda, havia pensado muito em ter uma imagem sutil... Taõ sutil quanto momento, instantes, sonhos... bons ou reuins.
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