sexta-feira, 21 de maio de 2010

Qualquer semelhança...

... não é mera coincidência.
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Publiquei no blogue “Casos da Propaganda”, mas achei que deveria fazê-lo aqui tambem, dada a gravidade da “mera coincidência”...
Neste caso, a imagem de um cartaz de Saul Bass, um dos maiores Diretores de Arte de Hollywood, em um filme bastante conhecido “Anatomy of a murder” (1958) de Otto Preminger, que muito embora tenha sido realizado há mais de 50 anos, é uma referência até os dias de hoje. Aliás, Bass (1920/96) ficou famoso pelas logomarcas e aberturas de filmes, pelos quais é considerando como um padrão dessa atividade; destacando-se para alem deste, filmes como “Um corpo que cai” (Vertigo), “Amor, sublime amor” (West side story), ou “A lista de Schindler” (Schindler’s list).
Agora surge este “Quincas berro d’água”. Nada contra o filme. Mas quem criou (ou copiou) esta programação visual? É muito igual... Igual demais!

7 comentários:

André Setaro disse...

Saul Bass foi um projetista gráfico muito criativo e que inovou a abertura dos créditos em Hollywood. Os créditos de 'Anatomia de um crime', de Otto Preminger, já revelam a sua genialidade, ainda que, antes, tenha feito muitos outros e, entre eles, o de 'Um corpo que cai' ('Vertigo'), de Hitchcock.

Há plágio descarado no cartaz de 'Quincas Berro D'Água', mas quem o praticou confiou na falta de memória do brasileiro. E o filme, segundo Inácio Araújo hoje na Folha (foi ele quem prefaciou meus escritos)é bem fraquinho:

"...É possível que o original, até a vivacidade do falar dos personagens, tenha seduzido a tal ponto os autores que sentimos boa parte da imagem como mera ilustração de um texto. A marca da morte parece mais presente que no próprio defunto: é como se a rigidez da recente "qualidade brasileira" aparecesse ali não só na obsessiva necessidade de mostrar produção como no uso de vinhetas que se detêm no acessório em prejuízo do essencial.

As sequências finais parecem pretender fazer de Salvador um apêndice de Hollywood, o que é a demonstração, bem sintética, do tipo de desnaturamento a que o cinema brasileiro se sujeita quando, empenhado em impressionar, deixa para trás o que tinha a dizer."

Jonga Olivieri disse...

É isto aí, professor... Uma boa aula a sua...
E, para alem de tudo, Saul Bass era um Diretor de Arte que brilhava em suas apresentações (letreiros) de filmes...

André Setaro disse...

Os créditos de Saul Bass em 'West Side Story' ficam no final do filme, que é um curta-metragem à parte tal o seu nível de invenção e imaginação.

Jonga Olivieri disse...

É mesmo!

Ieda Schimidt disse...

Um absurdo observado a olho nu.
Certamante que estão apostando nestes 50 anos que distaciam o original da cópia!

Jonga Olivieri disse...

Como disse o André Setaro, estão a apostar na memória curta do brasileiro...

Mário Moreno disse...

Há uma linha tênue entre plágio e referência, o que é bom deve servir de inspiração, é o conceito do movimento antropofagista, neste caso acredito que a comunicação do "quincas berro d'água" é mais um trabalho de um diretor de arte com boa bagagem cultural que uma cópia, que resgata o trabalho de um grande artista do passado, espero que mais pessoas levantem essa questão para que as novas gerações conheçam o belo trabalho de Saul Bass :)