segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Mercenários e/ou terroristas

Outro dia estava a fazer comentários neste blogue sobre “propaganda” (1) como arma de formação de idéias políticas. O nazismo e o stalinismo a utilizaram em larga escala. Mostraram ao mundo o quanto “propaganda” também é uma forma eficiente de lavagem cerebral.
Digo isto porque fui assistir um filme (2) esta semana, em que está presente de forma evidente como os estadunidenses estão a formar algumas confusões mentais a partir de palavras para construir e consolidar uma ideologia.
Para mim, pouca diferença existe entre um mercenário e um terrorista. Talvez a única seja que, a princípio, o mercenário se vende a qualquer um, enquanto o terrorista comete o mesmo tipo de ações por fundamentos ideológicos ou religiosos. No caso do filme, o “bom da fita” é apresentado como um mercenário, e é uma “excelente” criatura.
Além de ser uma completa inversão de valores, porque antes de mais nada o mercenário não tem princípios, por trás de tudo isto está a necessidade de impor um novo conceito que defenda a intervenção imperial no terceiro mundo por intermédio dos “exércitos particulares” (leia-se Blackwater e outros), quer dizer, mercenários.
Afinal, como diria Goebbels (3): “uma mentira repetida mil vezes, torna-se uma verdade”.

(1) Segundo o Michaelis, propaganda é: 1. o ato ou efeito de propagar. 2. Disseminação de idéias, informação ou rumores com o fim de auxiliar ou prejudicar uma instituição, causa ou pessoa. 3. Doutrinas, idéias, argumentos, fatos ou alegações divulgados por qualquer meio de comunicação a fim de favorecer a causa própria ou prejudicar a causa oposta...
(2) O filme em questão é “Missão Babilônia”, e este artigo não se propõe a ser uma crítica do filme, ao qual fui assistir apenas por ser um aficionado de ficção científica.
(3) Joseph Goebbels, o ministro da propaganda nazista de Adolf Hitler.

18 comentários:

Anônimo disse...

No Pensatas I, fizestes muitas análisessobre a questão dos exércitos privatizados.
Como prometestes republicar algumas postagens, podias pensar em republicá-las.

Jonga Olivieri disse...

Vou fazê-lo, gauchita hermosa!
Já estou a selecionar posts para serem republicados.

Anônimo disse...

Jonga, vi o filme e gostei. Mas vou pensar no que você falou. Afinal de contas entendes dessas coisas.
Falar em filme, Ieda achei interessante o Pensatas I. Será que agora estamos no Pensatas II - o Retorno?

Jonga Olivieri disse...

Olha, no entanto eu vi e não gostei... "Missão Babilônia" é um filme que se perde bastante em sua narrativa. Considero um filme B.
Fui ver somente porque gosto de ficção científica. E a sinopse me interessou. Mas, como o ator principal não me convence, fui com um pé atrás.
O que realmente me chamou a atenção foi essa questão da propaganda subliminar para vender um conceito que defende mercenários e condena terroristas.
Coisa mais exdrúxula! Na realidade são a mesma coisa.

Anônimo disse...

Lavagem cerebral é uma coisa muito séria. Voc^ falou em subliminar e eu me lembrei de um film e que eu vi a muito tempo. Só me lembro do nome que rea O Quinto Poder. Você viu?
Otávio

Jonga Olivieri disse...

Vi Tavim, vi este filme na década de 60.
Tratava dos planos de uma suposta potência estrangeira para dominar o país por intermédio de propaganda subliminar inserida entre as transmissões de TV.
Não sei quem era o diretor, mas tenho uma vaga recordação de Eva Vilma no elenco.
Em essência é isso que os estadunidenses fazem encutindo na cabeça dos outros preceitos que lhes interessam.
Eu falei de Hiter e Stalin, mas poderia ampliar para McCarthy e sua caça às bruxas nos EUA e toda a propaganda da guerra fria.

Stela Borges de Almeida disse...

Não assisti e lhe garanto que não assistirei. Não saberia localizar a origem da palavra mercenário agora e de terror o mundo anda repleto. Precisaria perceber em que contexto o filme situa o mercenarismo/terror, como não irei assistir vou me contentar com sua definição do Michaelis ( já que a wikipédia, a enciclopédia livre não dá conta).
Adoraria conhecer o Aurélio pessoalmente, juro.
Um abraço e vamuquivamus.

Jonga Olivieri disse...

Veja só, Stela. Por gostar de Sci-Fi, acabei vendo esta *****!
A confusão formada entre palavras justifica á finalidade de embralha-las.
O mercenário e o terrorista são iguais para mim. Mas eles estão tentando justificar a "guerra privada" das Blackwaters da vida.
É isso aí.
E... VAMUQUIVAMU...

Anônimo disse...

De acordo com o mesmo dicionário, o Michelis, que por acaso tenho em casa, terrorista é:
"terrorista
ter.ro.ris.ta
adj m+f (terror+ista) 1 Que infunde terror. 2 Que espalha boatos assustadores ou prediz acontecimentos funestos. s m+f Pessoa partidária do terrorismo."
Fica clara a diferença entre um e outro. Embora na essencia -como bem o falaste- tenham a mesma finalidade, o terrorista, via de regra pratica os seus atos por fanatismo a seus princípio e não por dinheiro.
Gervásio

Jonga Olivieri disse...

Grande contribuição Gervásio. Obrigado.

Anônimo disse...

Quando eu digo que este blog está de altissimo nível! Tá arretado!
Pausa para refrescar, gostei muito do comentário da Ieda com o Pensatas 1 e o do Jr com o pensatas 2 - o retorno.

Jonga Olivieri disse...

Mary, você gostou hem cabra da peste!!!
Também achei engraçado. Deu-me até vontade de trocar o nome do blogue.
hehehe!

Anônimo disse...

E você, foi ou não foi um mercenário quando fêz campanhas políticas para Luis Vianna Filho ou Sergio Guerra.
Ernesto

Jonga Olivieri disse...

Veja bem, Ernesto.
Fiz campanhas políticas para o PSDB, para o PMDB, para o PT, para o PDT.
Antes disso havia feito para o antigo MDB, para o PDS.
Para mim, todos os partidos que participam da "farsa democrática" são farinha do mesmo saco.
Por isso, sempre que o fiz, foi por trabalho. Diferencio perfeitamente o que é profissional e o que são minhas convicções políticas.
E tem mais, como não sou religioso, não tenho que rezar por isso.
Então, respondendo a seu questionamento: sim, fui mercenário nesses momentos, e o que os mercenários fazem é exatamente a mesma coisa. Trabalho. Só por dinheiro...
Talvez agora, você tenha entendido a sutileza da diferença entre mercenários e terroristas. Os segundos dão a vida por uma causa... ou por uma religião... ou seja lá pelo que for.

Anônimo disse...

O que importa é que você reconhece que fostes um mercenário. Isso é o que importa.
Ernesto

Jonga Olivieri disse...

Antes de mais nada, sr. Ernesto, o que importa na língua culta (ou escrita) é a concordância.
Ademais, vivemos no sistema capitalista e temos que sobreviver nele. Campanhas políticas proporcionam um rendimento que tranquiliza por um bom tempo.
Nestes momentos, temos que esquecer no que pensamos, além de pessoas queridas que dependem de nós para viver.
O que mais me importa é não vender a "alma", e sim um momento; pois a diferença entre o PT e o PSDB é uma simples questão de sigla. Ou será que você acha que eles são tão diferenciados?
E, no fundo no fundo, não diferencio também um candidato político de uma marca de cigarros.
Como atendi a Souza Cruz e a Philip Morris ao longo de minha vida de publicitário, creio que talvez tenha feito um mal maior vendendo Continental ou Shelton, do que fazendo campanha para Sergio Guerra ou Vicentinho...

Anônimo disse...

Você perde muito tempo respondendo a um sujeitinho reaça como este Ernesto.
Anselmo Frasão

Jonga Olivieri disse...

É reaça, mas como é civilizado, postei os comentários. E respondi.