O elenco é composto de Luis Alberto Garcia, Isabel Santos, Coralia Veloz, Rolando Brito, Claudia Rojas, Joan Manuel Reyes.
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Bebê é uma menina de 18 anos que está feliz e não entende por que os outros, todos criados por uma mulher de nome Cuba, não o são. Em sua infância, Bebê assobiava ao invés de cantar. Em close, ela narra as histórias de Mariana, Julia e Elpidio, os três personagens centrais desta história ambientada em uma Havana belíssima em suas cores tropicais.
Mariana é uma jovem dançarina de balé que tenta obter o papel de Giselle. Faz uma promessa numa igreja de nunca mais dormir com qualquer homem para conseguir vencer um concurso que a capacite a viver o personagem sonhado. Ao se apaixonar por seu parceiro – tambem bailarino – cria para si um problema cujo conflito está entre suas crenças e o desejo.
Julia, cuja paixão é fazer o bem aos outros e aos animais tem uma vida feliz, até que um dia começa a sofrer desmaios estranhos ao ouvir determinada palavra. É indicada para procurar um psiquiatra. Ela hesita, mas o destino faz com que se encontrem, cara a cara. Se apaixonam, mas ela, extremamente reprimida resiste a se entregar.
Elpidio é um músico mulato jovem que foi abandonado por sua mãe (a tal, de nome Cuba) e pergunta sobre o seu futuro. Tem em seu quarto um manequim mascarado que supõe seja um ícone que representa su madre. Ao apaixonar-se por uma estadunidense, membro do Greenpeace, tambem ver alterarem-se valores de sua vida.
Na narrativa acima resume-se a trama de La vida es silbar (A vida é assobiar), um filme de 1998, direção de Fernando Perez a que pude assistir no domingo passado no Cine Ibermédia exibido pela TV Brasil, que tem divulgado o “nosso cinema/nuestro cinema”, tambem o sub título do programa.
O mais impressionante neste filme é a sua forte simbologia, a começar pelo nome da mãe adotiva dos personagens, desde a narradora aos outros. O sugestivo nome de Cuba é claramente simbólico. E toda a história gira em torno da “mãe pátria” e seus filhos. Sua força e os conflitos gerados por sua presença marcante.
A própria crítica ao sistema cubano faz-se de forma bastante sutil... Tanto que o próprio governo o financia através de órgãos oficiais, o que vem provar que naquela ilha do Caribe, a censura não é o que divulga a nossa mídia, esta sim, vendida às classes dominantes e seus interesses.
Tambem é impressionante a similitude de características, as quais nós, brasileiros, encontramos na cultura popular cubana, principalmente no tocante ao “sincretismo religioso”. E isto se deve ao fato de que os negros que vieram para ambos os países originavam-se de regiões semelhantes, coisa que não aconteceu com os que foram para os EUA ou a Jamaica, por exemplo. O fato é que isto nos identifica com a história e os símbolos expostos com uma grande facilidade.
Por outro lado, a fotografia é belíssima e surpreendente. As cenas finais que o digam, pois em uma mescla de por do sol e luz artificial um efeito mágico surpreende nosso olhos num clímax de exuberância policromática irretocável que nos convence que a vida deve ser tocada de forma leve e alegre, essencialmente mágica, sempre a assobiar.
Mariana é uma jovem dançarina de balé que tenta obter o papel de Giselle. Faz uma promessa numa igreja de nunca mais dormir com qualquer homem para conseguir vencer um concurso que a capacite a viver o personagem sonhado. Ao se apaixonar por seu parceiro – tambem bailarino – cria para si um problema cujo conflito está entre suas crenças e o desejo.
Julia, cuja paixão é fazer o bem aos outros e aos animais tem uma vida feliz, até que um dia começa a sofrer desmaios estranhos ao ouvir determinada palavra. É indicada para procurar um psiquiatra. Ela hesita, mas o destino faz com que se encontrem, cara a cara. Se apaixonam, mas ela, extremamente reprimida resiste a se entregar.
Elpidio é um músico mulato jovem que foi abandonado por sua mãe (a tal, de nome Cuba) e pergunta sobre o seu futuro. Tem em seu quarto um manequim mascarado que supõe seja um ícone que representa su madre. Ao apaixonar-se por uma estadunidense, membro do Greenpeace, tambem ver alterarem-se valores de sua vida.
Na narrativa acima resume-se a trama de La vida es silbar (A vida é assobiar), um filme de 1998, direção de Fernando Perez a que pude assistir no domingo passado no Cine Ibermédia exibido pela TV Brasil, que tem divulgado o “nosso cinema/nuestro cinema”, tambem o sub título do programa.
O mais impressionante neste filme é a sua forte simbologia, a começar pelo nome da mãe adotiva dos personagens, desde a narradora aos outros. O sugestivo nome de Cuba é claramente simbólico. E toda a história gira em torno da “mãe pátria” e seus filhos. Sua força e os conflitos gerados por sua presença marcante.
A própria crítica ao sistema cubano faz-se de forma bastante sutil... Tanto que o próprio governo o financia através de órgãos oficiais, o que vem provar que naquela ilha do Caribe, a censura não é o que divulga a nossa mídia, esta sim, vendida às classes dominantes e seus interesses.
Tambem é impressionante a similitude de características, as quais nós, brasileiros, encontramos na cultura popular cubana, principalmente no tocante ao “sincretismo religioso”. E isto se deve ao fato de que os negros que vieram para ambos os países originavam-se de regiões semelhantes, coisa que não aconteceu com os que foram para os EUA ou a Jamaica, por exemplo. O fato é que isto nos identifica com a história e os símbolos expostos com uma grande facilidade.
Por outro lado, a fotografia é belíssima e surpreendente. As cenas finais que o digam, pois em uma mescla de por do sol e luz artificial um efeito mágico surpreende nosso olhos num clímax de exuberância policromática irretocável que nos convence que a vida deve ser tocada de forma leve e alegre, essencialmente mágica, sempre a assobiar.
6 comentários:
Parabéns pela postagem, além de chamar atenção para a programação de cinema da TVBrasil. Ainda não tive chance de assisitir, mas sei da excelência. Só fiquei em dúvida sobre o título do filme, em se tratando da hermosa isla há que silbar, mas nem sempre a vida é tão bela quanto merecemos. Enquanto permanecer o bloqueio americano, a bela ilha que o diga.
'Es bienvenida Stela... La Isla nos necesita ...'
Falaste bonito sobre a Ilha. Assim mesmo, começando com maiúscula.
pena que resíduos da "burocracia stalinista" a impregnaram de um certo desconforto, mas o que aconteceu em Cuba foi uma coisa maravilhosa.
Como a mãe adotiva dos personagens, cujo nome é Cuba. Coincidência? Claro que não...
Este filme reflete a beleza de um país que "quase" tornou-se o Paraíso lendário, o El Dorado perdido nas brumas da história.
O bloqueio é o reflexo disto tudo. Tentando evitar (mas não conseguindo) o raciocínio "maniqueísta, sabemos quem são os 'maus da fita' e as vítimas nesta bloqueio 'safado' e na propaganda que tenta arrazar um país que se mantem de pé... Apesar de tudo.
A julgar pelo que li no 'post', "La vida es silbar", até pelo título, o filme marca uma diferença com as produções que estamos acostumados a ver no mercado exibidor. Há um despojamento no tratamento temático que faz lembrar os grandes momentos do neorrealismo italiano. O humanismo, desaparecido da indústria cultural hollywoodiana, em função dos 'avatares' e dos efeitos especiais, quando a técnica se sobrepõe à linguagem, é uma tônica nos filmes que estão sendo veiculados pela TV Brasil.
Devo parabenizá-lo pelo interesse em assisti-los e propagá-los.
Olha professor Setaro. Você falou bonito aquando se refere ao sentido humanista de obras do neo realismo, ou mesmo no cinema ianque, bastando para tal citar um Frank Capra e sua grandiosidade... Ou Chaplin, quase que um filósofo dos tempos modernos.
O certo é que venho comprovando que os filmes ibero americanos estão impregnados de humanismo e continuam sendo cinema e não uma exibição circense dos efeitos de botão...
Será nosso sentimento latino... Não sei se apenas isto, mas fundamentalmente sim!
Walter da Silveira, o maior ensaísta baiano de todos os tempos (e também um dos maiores do Brasil), já dizia que o cinema é um instrumento do humanismo. Com a ascenção do neoliberalismo e a desnaturação dos estúdios hollywoodianos, o homem passou a ser 'pano de fundo' dos espetáculos cinematográficos, um títere, por assim dizer, que, 'acionado', faz detonar a ação dos filmes.
A mostra dos filmes que está a acontecer na Tv Brasil é uma oportunidade única para se conhecer outras cinematografias latinas. Que possuem este desaparecido humanismo no cinema.
Quando você refere que "... o homem passou a ser 'pano de fundo' dos espetáculos cinematográficos...", mormente no cinema estadunidense acertou em cheio no cerne da questão.
Estou tendo a oportunidade de, através do "Cine Hibermedia´- Nosso Cinema - Nuestro Cine" um espetáculo de histórias focadas no ser humano. Isto aliado a um cinema sem computações gráficas, mas ancorados na gramática do cinema.
Por isso eu digo: pegue uma cervejinha, um tira-gosto e delicie-se com o bom cinema na TV Brasil, todo domingo às 11 PM.
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