(Karl Marx, O Capital, capítulo I (Os Dois Fatores da Mercadoria: Valor-de-Uso e Valor-de-Troca ou Valor Propriamente Dito - Seção IV, O Fetichismo da Mercadoria e o seu Segredo).
Para Marx, existem duas formas de circulação de mercadorias. A primeira é a de que o homem produz a mercadoria vende e a transforma em dinheiro para, posteriormente, engajar esse dinheiro na compra de uma mercadoria que satisfaça suas necessidades. Nesse processo o dinheiro se comporta apenas como dinheiro, pois o homem o faz com o interesse de suprir suas necessidades, isto é, o objetivo final é o valor de uso.
A segunda consiste na compra de uma mercadoria e na revenda da mesma por um valor maior. Ou seja, o dinheiro se transforma em mercadoria e esta em capital. Por isso, Marx fala que tanto o dinheiro como a mercadoria, nesse contexto, são na verdade, capital.
Marx observa ainda que a mercadoria (manufatura) quando finalizada, não mantem o seu valor real de venda, que segundo ele não é determinado pela quantidade de trabalho materializado no artigo, mas sim, que esta adquire uma valoração de venda irreal e infundada, como se não fosse fruto do trabalho humano e nem pudesse ser mensurado. O que ele denunciou com isto é que a mercadoria parece perder sua relação com o trabalho e ganha vida própria.
Assim, o que Marx quer dizer com fetichismo da mercadoria, é o fato do produto (com sua vida própria) passa a exercer um controle (alem do seu valor real) sobre o comprador. Muito alem do valor de uso, ou seja, a finalidade a que se destina o produto. A pessoa pode comprar um veículo de determinada marca não pela simples necessidade de se locomover, mas muito mais, enquanto uma possibilidade de satisfazer seus desejos refletidos através do significado daquela marca. Portanto um conceito fundamental em Marx, quando nos atentamos para a mercadoria é o fetichismo da mercadoria. A palavra fetiche vem de “feitiço”, algo que exerce um poder sobrenatural sobre alguém. Na psicanálise freudiana, fetiche pode ser entendido como o substituto de um objeto do desejo.
Mas o pior de tudo é que com o desenvolvimento do capitalismo as pessoas tambem se transformam em mercadorias. Ou seja, perdem o valor do que são e passam a ter os valores do que possuem; os seus fetiches de consumo.
Marx não teve o tempo necessário para desenvolver ainda mais o seu raciocínio neste particular de suas teorias. Mas deixou as bases para que Max Horkheimer, Theodor Adorno, Walter Benjamin, Gilles Lipovetsky, Antonio Negri, entre outros, se ocupassem deste assunto, criando uma tradição rica de análise deste fenômeno da “fetichização da mercadoria”, e como esta se dá objetiva e subjetivamente no ser humano.
Para Marx, existem duas formas de circulação de mercadorias. A primeira é a de que o homem produz a mercadoria vende e a transforma em dinheiro para, posteriormente, engajar esse dinheiro na compra de uma mercadoria que satisfaça suas necessidades. Nesse processo o dinheiro se comporta apenas como dinheiro, pois o homem o faz com o interesse de suprir suas necessidades, isto é, o objetivo final é o valor de uso.
A segunda consiste na compra de uma mercadoria e na revenda da mesma por um valor maior. Ou seja, o dinheiro se transforma em mercadoria e esta em capital. Por isso, Marx fala que tanto o dinheiro como a mercadoria, nesse contexto, são na verdade, capital.
Marx observa ainda que a mercadoria (manufatura) quando finalizada, não mantem o seu valor real de venda, que segundo ele não é determinado pela quantidade de trabalho materializado no artigo, mas sim, que esta adquire uma valoração de venda irreal e infundada, como se não fosse fruto do trabalho humano e nem pudesse ser mensurado. O que ele denunciou com isto é que a mercadoria parece perder sua relação com o trabalho e ganha vida própria.
Assim, o que Marx quer dizer com fetichismo da mercadoria, é o fato do produto (com sua vida própria) passa a exercer um controle (alem do seu valor real) sobre o comprador. Muito alem do valor de uso, ou seja, a finalidade a que se destina o produto. A pessoa pode comprar um veículo de determinada marca não pela simples necessidade de se locomover, mas muito mais, enquanto uma possibilidade de satisfazer seus desejos refletidos através do significado daquela marca. Portanto um conceito fundamental em Marx, quando nos atentamos para a mercadoria é o fetichismo da mercadoria. A palavra fetiche vem de “feitiço”, algo que exerce um poder sobrenatural sobre alguém. Na psicanálise freudiana, fetiche pode ser entendido como o substituto de um objeto do desejo.
Mas o pior de tudo é que com o desenvolvimento do capitalismo as pessoas tambem se transformam em mercadorias. Ou seja, perdem o valor do que são e passam a ter os valores do que possuem; os seus fetiches de consumo.
Marx não teve o tempo necessário para desenvolver ainda mais o seu raciocínio neste particular de suas teorias. Mas deixou as bases para que Max Horkheimer, Theodor Adorno, Walter Benjamin, Gilles Lipovetsky, Antonio Negri, entre outros, se ocupassem deste assunto, criando uma tradição rica de análise deste fenômeno da “fetichização da mercadoria”, e como esta se dá objetiva e subjetivamente no ser humano.
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PS - Troquei a imagem desta postagem após tê-la editado devido ao texto de um comentário que se refere muito bem à quantidade de logomarcas por detrás de técnicos de futebol durante entrevistas transmitidas após uma partida. Este, nem sei quem é. Serve apenas de exemplo.
6 comentários:
Conseguiste resuir de forma bastante objetiva o pensamento de Marx sobre o fetiche da mercadoria, devido à publicidade um problema sério hoje.
Se tu parar numa esquina do centro será massacrado por luminosos com marcas.
Se liga a TV pior ainda. Isto tudo demonstra o quanto Marx tinha razão sobre o domínio do homem pela mercadoria ao adquirir vida própria.
Hoje compram-se marcas famosas para se vestir ou simplesmente comer. No marketinga a norma (eu diria até a lei) é consolidar a amarca, acima de tudo a marca. E isto tudo é o fetiche da mercadoria.
E tocaste num plano fundamental no tocante ao homem, quando tudo aquilo que ele "é" é menospreezado por tudo aquilo que ele "tem", tornando-o simples mercadoria.
Hoje estava assistindo na televisão depois do jogo para disputa do 3 lugar da Copa e notei no depoimento do técnico do Uruguai quantas logomarcas atrás dele.
Quando li agora s pouco este seu post sobre fefiche da mercadoria, lembrei o quanto tem haver com aquele quantidade de marcas.
Isto é o fetiche da mercadoria, não é? A idolatria das marcas.
Análise quase perfuratriz da 'feitichização da mercadoria'. O capitalismo selvagem impõe ao indivíduo a necessidade de consumir. Se uma menina, por exemplo, não tem o cinto de uma determinada celebridade, a Xuxa, por exemplo, os seus colegas ficam perplexos. Mesmo que ela tenha quase uma centena de cintos, seus pais veem-se obrigados a comprar o tal cinto da propaganda.
Em propagandas dos horários nobres dos canais por assinatura, o que se vê em profusão atualmente é publicidades de carro, telefone celular e bancos. O celular é uma mania nacional e o sujeito fica obrigado, para ficar 'in', a comprar sempre o último modelo. Para mim, celular é apenas para funcionar como um telefone. Não o quero com internet, nem como máquina fotográfica.
Hoje, o fetiche da mercadoria nos cerca em todas as atividades sociais. Não precisamos sair de casa pois o massacre já começa ao ligar a TV ou o rádio. Ao simples fato de folhear um jornal ou revista. A própria web, cheia de anúncios a propagar ideias de superioridade por comprar isto ou aquilo; ou a quere dizer que o sabão em pó tal é melhor do que os outros.
E tudo isto é o fetiche da mercadoria, enquanto marca. Como você bem levantou, marca esta que hoje é o ícone do produto.
Exato, Maria... Lembrei da mesma coisa quando vi a entrevista do mesmo técnico. Creio que foi transmissão de pensamento.
E você está certíssima. Este verdadeiro massacre de marcas nos olhos da gente tem apenas a intenção de divulgar os produtos que passam a ter vida própria.
Isto é o fetiche da mercadoria!
Exatamente professor. Um celular é a forma de se comunicar quando fora de casa com alguem via telefone.
Daí vieram isso e aquilo, tornando-o uma parafernália.
Tambem penso como você. Ou seja, o celular tem esta finalidade de alguem localiza-lo quando fora de casa por alguma necessidade.
Mas as pessoas perdem esta noção do que é o propósito das coisas porque a competição, o querer vender mais cria ou tem a necessidade de criar diferenciais.
O pensamento burguês divulga o conceito de que isto é que gera o "progresso", quando na verdade isto gera a necessidade de massacrar a concorrência. Apenas isto. A criatividade humana está acima desta necessidade... Senão a roda jamais teria sido inventada...
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