HUGHES, Langston(1) - “Eu também sou América” - Tradução
de Sylvio
Back(2) - Caderno Mais!, Folha de São Paulo, 15 de fevereiro de
1998.
Original
(inglês):
I,
TOO, SING AMERICA
I, too, sing America .
I am the darker brother.
They send me to eat in the kitchen
When company comes,
But I laugh,
And eat well,
And grow strong.
Tomorrow,
I'll be at the table
When company comes.
Nobody'll dare
Say to me
"Eat in the kitchen",
Then.
Besides,
They'll see how beautiful I am
And be ashamed -
I, too, am America.
Tradução (português):
EU
TAMBÉM SOU AMÉRICA
Também canto a América
Sou seu "brother".
Quando chega alguém,
Eles me mandam comer na cozinha
Mas eu rio,
Como bem,
E fico forte.
Amanhã
Sentarei à mesa
Quando chegar alguém.
Então ninguém se atreverá
A me dizer
"Coma na cozinha".
Aí eles vão ver como sou bonito
E ficarão envergonhados.
Eu também sou a América.
Foi
um dos primeiros escritores e artistas atraído pelo Harlem e pelo crescimento
súbito de atividade cultural afroamericana. Publicou “The Weary Blues” (1926), sua primeira coleção de versos. Passou
a trabalhar em adaptações de formas poéticas tradicionais ao blues e música de jazz. Voltou a
escola (1926), na Universidade de Lincoln, Pensilvânia, onde formou-se
(1929). Depois da graduação, envolveu-se com o partido comunista, o que o levou
a ser investigado pelo subcomitê de Senado presidido por Joseph McCarthy (1953).
Escreveu
16 livros de poesia, três de contos, além de documentários, peças teatrais,
poesia para crianças, programas de rádio e TV e artigos para revistas e
jornais. Vários poemas seus se transformaram em letras de música. Sua poesia
era destinada especialmente à classe de pessoas simples, à massa negra, com
quem conviveu lado a lado na sua infância e juventude e fomentou o vigor da sua
criação poética.
2. Sylvio
Back é cineasta,
poeta, roteirista e escritor. Filho de imigrantes húngaro e alemã, é natural
de Blumenau (SC). Ex jornalista e crítico de cinema, autodidata, inicia-se na
direção cinematográfica em 1962, tendo escrito, dirigido e produzido até hoje
trinta e sete filmes – entre curtas, médias e onze longas-metragens, esses, a
saber: “Lance Maior” (1968), “A Guerra dos Pelados” (1971), “Aleluia,
Gretchen” (1976), “Revolução de 30” (1980), “República Guarani” (1982),
“Guerra do Brasil” (1987), “Rádio Auriverde” (1991), “Yndio do Brasil” (1995),
“Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro” (1999), “Lost Zweig” (2003), e “O
Contestado – Restos Mortais” (2010).
4 comentários:
Digo-te que de Langston, li apenas “The Weary Blues” (no original em inglês) quando no Departamento de Filosofia da Universidade de Évora, o estudamos, facto que somente fez com que aumentasse a minha admiração pela personalidade combativa deste representante da luta dos negros em América.
Posso-te garantir que o autor foi mesmo perseguido pela fanática Comissão dirigida por McCarthy.
Sua poesia era vibrante, como aliás regista esta aqui postada.
Não conhecia, mas que obra poética e política....
Excelente conhecer um revolucionário desses.....
Tavim
Ainda por cima tem o Sylvio Back, que é um barato!
Postar um comentário