terça-feira, 30 de julho de 2013

Tambem somos América!



HUGHES, Langston(1) - Eu também sou América” - Tradução de Sylvio Back(2) - Caderno Mais!, Folha de São Paulo, 15 de fevereiro de 1998.

Original (inglês):
I, TOO, SING AMERICA
 
I, too, sing America .  
I am the darker brother.
They send me to eat in the kitchen
When company comes,
But I laugh,
And eat well,
And grow strong.
 
Tomorrow,
I'll be at the table
When company comes.
Nobody'll dare
Say to me
"Eat in the kitchen",
Then.
Besides,
They'll see how beautiful I am
And be ashamed -
 
I, too, am America.

Tradução (português):
EU TAMBÉM SOU AMÉRICA

Também canto a América
Sou seu "brother".
Quando chega alguém,
Eles me mandam comer na cozinha
Mas eu rio,
Como bem,
E fico forte.
 
Amanhã
Sentarei à mesa
Quando chegar alguém.
Então ninguém se atreverá
A me dizer
"Coma na cozinha".
 
Aí eles vão ver como sou bonito
E ficarão envergonhados.
 
Eu também sou a América.

1 Poeta, novelista, ensaísta e teatrólogo estadunidense nascido em Joplin, Missouri, considerado o mais expressivo poeta negro nos Estados Unidos, que transportou para a poesia os ritmos e a cadência da música de seu povo, notadamente o blues. Foi criado e educado pela mãe. Cresceu em Lawrence, Kansas, e Lincoln, Illinois. Depois mudou-se para Nova Iorque (1921) e entrou para a Univerdade de Columbia.


Foi um dos primeiros escritores e artistas atraído pelo Harlem e pelo crescimento súbito de atividade cultural afroamericana. Publicou “The Weary Blues” (1926), sua primeira coleção de versos. Passou a trabalhar em adaptações de formas poéticas tradicionais ao blues e música de jazz. Voltou a escola (1926), na Universidade de Lincoln, Pensilvânia,  onde formou-se (1929). Depois da graduação, envolveu-se com o partido comunista, o que o levou a ser investigado pelo subcomitê de Senado presidido por Joseph McCarthy (1953).
Escreveu 16 livros de poesia, três de contos, além de documentários, peças teatrais, poesia para crianças, programas de rádio e TV e artigos para revistas e jornais. Vários poemas seus se transformaram em letras de música. Sua poesia era destinada especialmente à classe de pessoas simples, à massa negra, com quem conviveu lado a lado na sua infância e juventude e fomentou o vigor da sua criação poética.

2. Sylvio Back é cineasta, poeta, roteirista e escritor. Filho de imigrantes hún­garo e alemã, é natural de Blumenau (SC). Ex jornalista e crí­tico de cinema, au­todidata, inicia-se na direção cinematográfica em 1962, tendo escrito, dirigido e produzido até hoje trinta e sete filmes – entre curtas, médias e onze longas-metragens, esses, a saber: “Lance Maior” (1968), “A Guerra dos Pe­lados” (1971), “Ale­luia, Gretchen” (1976), “Revo­lução de 30” (1980), “Repú­blica Gua­rani” (1982), “Guerra do Bra­sil” (1987), “Rádio Auriverde” (1991), “Yndio do Brasil” (1995), “Cruz e Sousa – O Poeta do Des­terro” (1999), “Lost Zweig” (2003), e “O Contestado – Restos Mortais” (2010).

   

4 comentários:

Nun'Alvares disse...

Digo-te que de Langston, li apenas “The Weary Blues” (no original em inglês) quando no Departamento de Filosofia da Universidade de Évora, o estudamos, facto que somente fez com que aumentasse a minha admiração pela personalidade combativa deste representante da luta dos negros em América.
Posso-te garantir que o autor foi mesmo perseguido pela fanática Comissão dirigida por McCarthy.
Sua poesia era vibrante, como aliás regista esta aqui postada.

Joelma disse...

Não conhecia, mas que obra poética e política....

Anônimo disse...

Excelente conhecer um revolucionário desses.....

Tavim

Mara disse...

Ainda por cima tem o Sylvio Back, que é um barato!