sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Nazismo e Sionismo

Tal e qual os setores mais racistas dos estadunidenses sempre sonharam em tocar os negros de seu solo, chegando a fazê-lo quando mandaram um grande contingente deles para a África – os quais acabaram por fundar a Libéria – os nazi-alemães e outros países fortemente anti-semitas (1) também tinham como um de seus objetivos enviar os hebreus para um ponto qualquer do mundo.
Tanto que o fundador da ideologia sionista, Theodor Herzl (1860-1904), acreditava que o anti-judaísmo europeu era um grande aliado para a causa sionista, como podemos ler numa passagem de seus “Diários”, quando escreveu: “os anti-semitas serão nossos amigos mais fiéis, e os Estados anti-semitas nossos mais firmes aliados” (Theodore Herzls, “Zionistische Schriften”, 1920).
Uma etapa importante foi a transferência de contingentes significativos de judeus para a Palestina. Ainda nos anos 30, portanto antes da guerra, Rudolf Kastner (2), militante sionista, foi quem negociou pessoalmente com os ingleses e Eichmann a deportação de judeus da Hungria para a Palestina. Os trens eram vigiados pelas topas alemãs, para garantir que os deportados chegassem em segurança a seu “novo lar”.
É conveniente lembrar aqui que os tão condenados atos de “terroristas” atribuídos a movimentos como o Hamas e ações como as Intifadas, foram cometidos primeiramente por grupos sionistas. Como exemplo, basta o massacre da aldeia de Deir Yassin, no subúrbio ocidental de Jerusalém, em 9 de abril de 1948, que matou 254 mulheres, idosos e crianças árabes, assassinados no local por militantes do Palmach, então liderado por um futuro primeiro-ministro israelense, Yitzhak Shamir.
Mas para finalizar recordemos que em 7 de dezembro de 1938, Ben Gurion (3), declarou: “Se me fosse dado escolher entre salvar todas as crianças judias na Alemanha levando-as para a Inglaterra, e apenas metade delas conduzido-as para Israel, eu escolheria a segunda opção, pois temos de levar em consideração não apenas as vidas dessas crianças, mas também a História do povo de Israel.” (Yvon Gelbner, “Zionist policy and the fate of European Jewry”, Yad Vashem studies).
Moral da história: nazistas e sionistas sempre estiveram lado a lado...

(1) A expressão anti-semita é aplicada de forma errônea, talvez por sua origem, pois vem do hebraico Sem, nome do filho mais velho de Noé. Mas judeus não são os únicos povos que recebem esta classificação. Os primeiros foram os acadianos (caldeus e babilônicos). Mas também os assírios, os fenícios, os etíopes, os árabes e os ugaríticos o foram ou são.
(2) Segundo texto extraído do site da CMI (Centro de Mídia Independente –
http://www.brasil.indymedia.org/eo/blue/2006/10/362041.shtml?comment=on) “... É fato histórico que os sionistas fizeram acordos com nazi-fascistas para expulsarem na porrada os judeus pobres que se aproximavam do movimento operário, para povoarem a região da Palestina e garantir a ocupação e a solidificação do estado nazista de Israel. E isto, pra quem não sabe, foi escrito por um historiador israelita. Não é à toa que existe, e de forma bastante organizada, uma organização chamada 'Judeus Unidos Contra o Sionismo' (Neturei Karta) (4). Ou seja, sionistas e nazistas sempre andaram de mãos dadas, desde o princípio...”
(3) Ben Gurion, que viria a ser o primeiro político a chefiar o estado nazi-sionista de Israel.
(4) A Neturei Karta (Judeus Unidos Contra o Sionismo) é uma organização de origem religiosa, fundada em 1935, que acredita que a volta para Israel deva ser uma expressão da vontade de deus, não admitindo um estado hebreu conquistado de forma enérgica, antes da vinda do Messias.

8 comentários:

Ieda Schimidt disse...

Enquanto eu estou devagar quase parando, tu! Que disposição, gurí!
Não sabia de toda esta colaboração entre nazistas e sionistas. Mas não é difícil de se supor. Uma política de Apartheid levaria facilmente a isolar os judeus no seu gueto "natural" em território palestino.
A "solução final" talvez tenha surgido por não ter-se tornado viável esta alternativa tão óbvia, devido ao início da guerra e o rompimento das relações com os ingleses (que também deviam ter interesses semelhantes) Rs!
Mas, quando tu te referes a anti-judaísmo, estás certo. Anti-semitismo também engloba o anti-arabismo e outras raças que são tão semitas quanto os judeus.

Anônimo disse...

Se você reunir tudo isso dá um livro. O que já escreveu sobre o sionismo e a Palestina é um autêntico compêndio As revelações de hoje são estarrecedoras, meu! E tem fundamento. Tudo faz sentido.

Jonga Olivieri disse...

E o pior é que os nazi-sionistas monopolizaram o genocídio alemão durante os anos da guerra.
Foram também exterminados às pilhas, ciganos, eslavos, armênios, turcos e muitas outras etnias que nem são citadas.
Isto é racismo também.

Jonga Olivieri disse...

Simples: o poder capitalista dos nazi-sionistas e sua força na mídia impedem que sejam divulgadas essas informações.

Anônimo disse...

O Jr tem toda razaõ. Reuna tudo isso e publique um livro. Tem muita coisa e bastante informações sobre Israel o chamado Estado Palestino, a faixa de Gaza, Puf.
E pelo jeito vai ter mais. É o assunto do momento.
Otávio

Jonga Olivieri disse...

Vamos deixar de exageros, JR e Tavinho!!! Isso tudo, no máximo dá um artigo, um ensaiao ou qualquer coisa parecida.
Até porque detestaria publicar um livro com menos de 100 páginas. Parece brincadeirinha...
O Jô Soares é que 'engordou' a fonte do seu livro (aquele do Stradivarius*) que deve ter ficado em corpo 20, só para que ele ficasse grosso. Mas eu falo cem páginas em corpo 12... o default das publicações.

(*) Ainda bem que eu esqueci o título!

Anônimo disse...

Muito curioso existir essa Neturei Karta.
Achamos que todos os judeus são sionistas que defendem Israel e de repente aparece uma organização totalmente oposição a idéia.
E daqyui a pouco você chega nas 100 páginas sobre o assunto.

Jonga Olivieri disse...

Nem poderia ser essa unanimidade toda.
Na esquerda, os judeus em geral não apoiam o Estado de Israel, pelo mneos da forma que foi criado e existe.
Mas esta organização (Naturei Karta) é uma oposição de cunho religioso.
São ortodoxos que se opôesm ao sionismo, muito mais baseados em escrituras do povo hebraico.