Enquanto em Washington representantes de 47 países debatem formas de conter a proliferação nuclear, Brasil e Irã decidiram fechar, dentro de um mês, um acordo para driblar a pressão das sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra Teerã que deve aumentar com a provável adoção de sanções.
O entendimento foi alvo de negociações ontem em Teerã, durante o primeiro dia da visita do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, acompanhado por 80 empresários brasileiros. O ministro deve se reunir hoje com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para falar também de investimentos nacionais naquele país.
Atualmente, as exportações brasileiras ao Irã chegam a US$ 1,2 bilhão. Mas os iranianos dizem que este número pode ser 40% maior, já que eles consideram que quase metade do comércio entre os dois países ocorre por meio de uma triangulação no porto de Dubai. Do Brasil, portanto, a mercadoria sairia como exportação para os Emirados Árabes. Lá, ela seria enviada a Teerã, reduzindo a visibilidade das empresas que negociam com o Irã. O tema da linha de crédito foi alvo do debate de ontem da comissão criada entre os dois governos para repassar os temas bilaterais. O tema foi tratado pelo secretário executivo do MDIC, Ivan Ramalho, que também faz parte da delegação.
Vendas vão de carne a chassi. O Brasil exporta milho em grão, óleo de soja, carne, frango, açúcar, chassi com motor para veículos leves e minério de ferro para o Irã. A lista supera 100 itens, o que inclui ainda autopeças, produtos petroquímicos e celulose. As exportações da carne in natura ao Irã em janeiro somaram 15,6 mil toneladas e superaram em 106% o mesmo mês de 2009.
Política externa independente é uma característica dos governos brasileiros desde João Goulart, com uma dolorosa pausa durante o “reinado” dos generais presidentes...
O entendimento foi alvo de negociações ontem em Teerã, durante o primeiro dia da visita do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, acompanhado por 80 empresários brasileiros. O ministro deve se reunir hoje com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para falar também de investimentos nacionais naquele país.
Atualmente, as exportações brasileiras ao Irã chegam a US$ 1,2 bilhão. Mas os iranianos dizem que este número pode ser 40% maior, já que eles consideram que quase metade do comércio entre os dois países ocorre por meio de uma triangulação no porto de Dubai. Do Brasil, portanto, a mercadoria sairia como exportação para os Emirados Árabes. Lá, ela seria enviada a Teerã, reduzindo a visibilidade das empresas que negociam com o Irã. O tema da linha de crédito foi alvo do debate de ontem da comissão criada entre os dois governos para repassar os temas bilaterais. O tema foi tratado pelo secretário executivo do MDIC, Ivan Ramalho, que também faz parte da delegação.
Vendas vão de carne a chassi. O Brasil exporta milho em grão, óleo de soja, carne, frango, açúcar, chassi com motor para veículos leves e minério de ferro para o Irã. A lista supera 100 itens, o que inclui ainda autopeças, produtos petroquímicos e celulose. As exportações da carne in natura ao Irã em janeiro somaram 15,6 mil toneladas e superaram em 106% o mesmo mês de 2009.
Política externa independente é uma característica dos governos brasileiros desde João Goulart, com uma dolorosa pausa durante o “reinado” dos generais presidentes...
Charge de Wilmarx
6 comentários:
Stela Borges de Almeida, uma das minhas comentaristas preferidas, não somente pelo nível de suas intervenções, como pela amizade que nutro por ela publicou um comentário nesta postagem.
Acontece que fui recusar a de um "hacker" da vida que vive postando neste blogue uma série de comentários cheios de links, na minha opinião todos bichados, e, sem querer deletei a dela tambem.
Felizmente e graças à tecnologia, havia uma cópia na minha caixa de mensagens. Tentei publicar e acusou que a mensagem já havia sido utilizada.
Daí, só me restou copiar e colar a mensagem da Stela, a quem peço desculpas pela cagada.
"Sem comentário sobre a política de exportação e importação porque prefiro ouvir quem acompanha o tema, gostei da charge do Wilmarx, e das direções, a pomba levando o ramo da paz e a águia carregando chumbo grosso no bico...se entendi a mensagem, será que somos mesmo independentes?
Mudando de assunto, tenho acompanhado suas postagens no facebook, as fotos de família são lindíssimas, principalmente dos mais velhos, elegantes, distintos, cheios de charm, com destaque para a jovem musa. Continue, não envio mensagem mas lhe asseguro que gosto muito da sua seleção, escolhida a pincel."
Stela B. de Almeida
Desde Santiago Dantas, a política externa brasileira tinha concepção básica de que o Brasil, respeitadas as boas normas internacionais de procedimento, se resguardava o direito de negociar com todos os países, de acordo com suas próprias conveniências.
A isto chamou-se "política externa independente" numa época em que Nehru (Índia) e Nasser (Egito) estavam á procura de caminhos "desalinhados" da Guerra Fria e do jogo das grandes potências.
Quanto à charge do Wilmarx, achei-a bastante sugestiva em relação à guerra e á paz...
Quer dizer que o termo está ligado a países em ascenção buscando uma autonomia na escolha de seus aliados?
Naquele tempo não tinha essa de "países em ascenção". Eram mesmo "subdesenvolvidos".
Depois até surgiu o termo "países em desenvolvimento" para diferenciar os que estavam a se destacar em busca desta ascenção a que se refere.
Mas era isto. Nehru e Nasser (leia-se Índia e Egito) criaram os "não alinhados", quer dizer os que estavam tentando pular fora de um dos lados da Guerra Fria. Mas era duro conseguir tal parâmetro.
Por acaso o Brasil entrou neste grupo {aquela época.
Tem razão, Santiago Dantas foi aqule que para mim representa um símbolod da Política Externa Indpendente E os anos 50 o auge da tomada de posição do 3º Mundo frente a uma nova política mundial sem compromissos com aguerra fria, no auge naquele época.
Os países --hoje ditos emergentes-- estavam começando a pensar de forma independente.
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