domingo, 28 de junho de 2009

Pensatas de domingo

Coincidência. A bela e a fera morreram no mesmo dia

Morreu a bela Farrah Fawcett, ex-Majors (1), 62 anos e que ficou famosa pelo seriado “As Panteras” (Charlie’s Angels – 1976/81 [2]) – e um penteado que virou moda nos anos 1970. Morreu também a fera Michael Jackson (3), às vésperas de completar 51 anos. Ambos no último dia 25.
No meu entender a mídia passou um pouco dos limites na cobertura ao acontecimento, da morte de Jackson, naturalmente aproveitando para nos esquecermos os escândalos do Senado e otras cositas más. Houve um dia em que desliguei o noticiário porque eu já não aguentava mais aquela overdose. Parece até que queriam nos matar do mesmo mal que acabou com ele.
A coitadinha da pantera – atriz que atuou muito mais na TV do que no cinema – acabou tendo a sua morte revelada em breves noticias (em média de 15 segundos) nos telejornais. E até o belíssimo gol de Daniel Alves na semifinal da Copa das Confederações acabou sendo uma notinha qualquer.

Que susto!

Estava a andar pela avenida Copacabana, quando ao dobrar a esquina da Constante Ramos fui atacado por uma mulher feia, mas feia, muito feia. Um coque, uma roupa comprida, uma gola estranha. Enfim, um tipo que parecia “Mama Chucrutz” das historinhas em quadrinhos dos “Sobrinhos do Capitão” que lia nos gibis da vida quando garoto.
Desagradável encarar um tipo daquele. O diabo da criatura subitamente estendeu a mão em direção ao meu rosto com um papel que, juro, nem cheguei a ver direito o que tinha escrito e lascou em alto e bom som ferindo os meus tímpanos: “Jesus te ama!” Ao que eu, de pronto, encarando a grotesca criatura repliquei: “Pois eu não amo Jesus!”. Poucas vezes sai tão feliz de um incidente deste tipo na rua.

Não confundir elogio com paquera

Um caso oposto. Semana passada no metrô entrou no vagão em que eu estava uma das mais belas mulheres que já vi na vida. Juro que não sou um “galinha”. Bem casado há 36 anos e meio, amo sinceramente minha mulher. Mas... Bom, fiquei imediatamente apaixonado pelo charme e o perfume que contaminavam aqueles que ali estavam.
Ao levantar para sair, não resisti. Olhei para ela que estava num banco daqueles laterais bem à minha frente e disse: “Por favor... isto não é uma cantada... é um elogio sincero! Você é um charme”. Ela sorriu timidamente e agradeceu. Além de charmosa era uma mulher educada.

O imperador do Maranhão

José Sarney (4) deveria ser processado (e preso) por tudo de mal que fez e ainda faz a este país (ao longo de mais de quatro décadas). E dizer que exerceu o cargo máximo da República!!! Bom, isto também não é grande novidade. A classe política brasileira é pura corrupção. Consegue ser mais do que a dos Estados Unidos, país que sempre teve uma classe política muito corrompida que criou e instituiu o lobby. A origem disso é que lá eles teem que fazer suas falcatruas na surdina, porque senão são punidos. E aqui? Aqui a impunidade é uma instituição não somente para os políticos como as elites como um todo.

(1) Majors porque foi casada com Lee Majors, conhecido ator nas décadas de 1960/70 por interpretar o homem biônico no seriado que no Brasil foi exibido como “O Homem de Seis Milhões de Dólares”.
(2) Não confundir com o remake atualmente em exibição.
(3) Fera no sentido figurativo porque sua obra inegavelmente foi marcante. Fera de verdade porque seu desejo de tornar-se um “white man” o deformou de tal forma chegando ao ponto de torna-lo um verdadeiro monstro. Lindinho em criança, depois de adulto, demonstrou seu lado tarado e pedófilo.
(4) A última de Sarney, é ter sido descoberto que emprega na sua assessoria uma funcionária fantasma: Vânia Lins Uchôa Lopes protegida do senador Renan Calheiros. Casada com um suposto “laranja” deste (Tito Uchoa), foi contratada como assessora técnica da presidência do Senado em abril de 2005, quando Renan ocupava o cargo. Ela recebe seu salário sem comparecer ao Senado.

12 comentários:

André Setaro disse...

1) É verdade o que você diz: a mídia inteira reserva espaços consideráveis - e desnecessários - para brandir a morte de Michael Jackson. E a repetição é exaustiva. A Globo News, por exemplo, levou meia hora a mostrar a imagem do hospital onde o cantor fora internado e, em off, os comentários. Vale dizer que a imagem estava sendo registrada por um helicóptero.

2) Fawcett foi uma bela mulher. Casada com o ator Ryan O'Neal, que está com leucemia terminal, e exemplo de um ator cuja carreira foi bruscamente interrompida como grande astro ("Barry London", ""Esta pequena é uma parada", "Love story"...). Nas últimas décadas, fora um filme ou outro insignificante, trabalhava mais em seriados de segunda categoria na televisão americana.

3) Jackson renegou a sua negritude. Pretendeu sair dela através das incontáveis cirurgias plásticas que o transformaram num ser quase vegetal.

Jonga Olivieri disse...

Soube em notícia no UOL que Ryan O'Neal vivera muitos anos com Farrah, haviam se separado e casaram-se recentemente.
Não sabia que O'Neal está em tão grave estado.
Ele foi ator também em "Lua de Papel" (1973), que é um filme de que gosto muito.
Jackson, foi uma criança lindamente "negro americana" (como eles dizem por lá). Mas, sem ofensa nenhuma um "neguinho" talentoso.
Depois, já adolescente filmou "O Mágico Inesquecível" (1978), que até, e por causa das belas canções interpretadas por ele e Diana Ross, consegue ser excelente remake de "O Mágico de Oz". Também, pudera. Com a direção de nada mais nada menos do que Sidney Lumet.
Daí em diante começou a manifestar um auto-racismo, com aquelas operações para se tranformar em branco (ou melhor, branca), porque também ficou cada vez mais evidente a sua "diversidade sexual".
Tá certo, não tenho nada a ver com isso, mas acontece que cada vez mais passei a acha-lo um verdadeiro porre.

Eliana BR disse...

Caros amigos,
Vocês nao acham que cada um pode livremente escolher sua aparência, excluindo-se, claro, "opçoes" evidentemente loucas - estou pensando no filho e um politico gaucho que, antes de se suicidar fez diversas operaçoes no sentido de tornar-se um lagarto.
A mesma coisa com relaçao a sua sexualidade. A esta altura dos acontecimentos, com tantos problemas diante de nos, sera que temos realmente tempo pra considerar a sexualidade alheia? A parada do orgulho gay a que presenciei ontem me deixou pensando como, em pleno seculo XXI ainda é preciso que pessoas explicitem dessa forma sua sexualidade. Como é mesmo possivel uma coisa dessas, como é que isso é assunto...
Beijos domingueiros

André Setaro disse...

Constato fatos, bem entendido.

Michael Jackson, em sua bela mansão, dormia numa enorme cada redonda com quatro, cinco meninos, pre-adolescentes. Era, não resta a menor dúvida, um pedófilo. Considero a pedofilia uma aberração que não pode ser perdoada.

Quando acusado pelos pais de um deles, e, por isso, réu de uma ação judicial, ofereceu 20 milhões de dólares para eles, que suavizaram muito no tribunal.

Mas o mundo está a chorar a morte de Michael Jackson!

Jonga Olivieri disse...

No caso do Michael jackson, teria sido preferível que tivesse tentado se transformar num lagarto.
Porque nem a Mary Shelley conseguiu imaginar uma figura tão abominável quanto ele!
Penso que no caso de Jackson a coisa era "... excluindo-se, claro, "opçoes" evidentemente loucas... como você bem o disse em seu comentário acima.

Jonga Olivieri disse...

Meu caríssimo Professor Setaro.
Você tem toda a razão ao dizer que pedofilia é um tipo de tara que não deve ser perdoada.
Por isso mesmo ou a favor que todos o padres (da Igreja "Universal" Apostólica Romana (que são pedófilos por excelencia) sejam levados a um julgamento como aquele de Nuremberg.

Ieda Schimidt disse...

Não resisti. O jogo está rolando e nós perdendo justamente para os Estados Unidos. Ele já nos fazem tanto mal.
Resolvi desligar a TV, vir para a internet e lembrei do suas pensatas.
Não pude ver antes porque meu domingo foi cheio doe compromissos dominicais. Mas por causa do jogo foi tudo mais cedo.
Adorei sua resposta à evangélica. os nossos aqui no sul eram mais tranqüilos, enquanto luteranos.
Hoje com estas novas igrejas tornou-se chatíssimo.
E a paquera? Hum! Vocês homens são é muito sem-vergonhas.

Jonga Olivieri disse...

O jogo foi muito nervoso mesmo.
Mas o seu conterrâneo eu estou a dizer que a esta altura é "o anão que virou gigante".
Sei que no sul tem muito luterano. Eu mesmo conheço alguns alguns que foram educados em famílias luteranas (leia-se alemães). São bem melhores porque fumam, dançam e... claro, trepam. kkk!
Mas você interpretou tudo com uam visão feminina, claro, por ser mulher.
Paixão é uma coisa que acontece. Bate. Vejo na rua uma mulher e sou capaz de me apaixonar por ela. Mulheres --exceto Agnès Varda, diretora belga, que dirigiu "As duas faces da felicidade" (veja nota abaixo)-- não entendem isto como nós.
O sexo masculino é muuito visual em suas atrações sexuais. Mas, veja bem... sou um sujeito meio tímido e não sou mesmo capaz de cantadas ou elogios gratuitos. Até porque, como disse na postagem, gosto de ser fiel, amo minha companheira e ela merece este amor e fidelidade.

Agnès Varda neste filme cujo original é “Le Bonheur” (1964) narra a história de um homem que ama sua mulher. Ele encontra uma funcionária dos correios, e se apaixona por ela. Mas continua a amar a sua com a mesma intensidade. Varda compreendeu o sentimento de um homem como poucas mulheres o fizeram.
O filme entre outros prêmios recebeu o Urso de Prata no Festival de Berlim em 1965.

maria disse...

Gostava do desempenhp de Michel Jackson em suas danças e suas músicas. Fora isso ele entrou numa que só podia dar no que deu.
Não acredito que alguma pessoa possa amar duas. Nossa, é meio difícil de imaginar.
E o sarney está tirando a máscara cada dia que se passa.

Jonga Olivieri disse...

Sarney não está tirando a máscara agora. Pra mim, nunca conseguiu enganar. Bom, por preconceito (reconheço) nunca acreditei em políticos de direita.
Os que me decepcionam são os de esquerda quando apareem os seus podres.
Mas o ponto central e que a política no Brasil é tão viciada em corrupção que quem chega lá e tenta ser honesto, acaba marginalizado... como se fosse um estranho no ninho.
Machos e fêmeas são muito diferentes. Atá por isto nos atraimos.
Mas eu juro pelo que há de mais importante em mim que não prevarico. O que acontece é que uma paixão momnetânea faz bem ao meu ego. Mas são paixões que passam quando eu saio do vagão do metrô e me lembro de minha querida Vi.
É muito difícil construir um relacionamento forte com uma mulher. Por isto mesmo dou um grande valor ao que consegui com ela. São mais de 36 anso de uma relação sadia e gostosa... queimar isto por causa de um tesão momentâneo? Já vi muita gente se estrepar na vida por impulsos deste tipo. Garanto que não vale a pena, Mary.

Jonga Olivieri disse...

Um leitor deste blogue, professor universitário, mandou-me um e-mail do qual transcrevo alguns trechos:

"Caro Jonga,

Sua pensata dominical, ontem, desagradou a uma tal Eliana BR. É assim que é bom. Quem tem personalidade deve dizer o que pensa, ainda que venha a desagradar os politicamente corretos.

Venho observando na faculdade, onde ensino, que não se pode mais fazer ironia com as chamadas minorias. Ser gay, principalmente no meio universitário, é moda, dá, por incrível que pareça status. O hetero virou minoria, para meu espanto e minha estupefação, pois fui criado dentro de uma cultura diferente. Aliás, Paulo César Pereio disse, numa entrevista, que nas baladas cariocas, ele, que é heterrosexual, vem sofrendo certos constrangimentos, porque somente se admite, no mínimo, que o cara seja bissexual...

... Não tenho nada contra. Respeito a opção sexual dos outros, mas elevar a condição gay, a um nível de superioridade, não admito...

Jonga Olivieri disse...

Caro leitor,
Também concordo que esta contra maré é fruto do que podemos dizer claramente pederastia oficial.
A expressão "politicamente correta", sempre uso entre aspas porque ela é fruto de um pensamento inverso ao real.
Se a "pessoa" (1) quer dar o rabo, que dê. Não tenho nada a ver com o fato. Mas querer que eu dê... vá tomar no (sei lá no quê) porque já gosta mesmo não é? kkk!
Outra coisa, com isso a piada foi pro beleléu.

(1) Usei a palavra "pessoa" porque as bichas e sapatões da vida teem tanto preconceito do que são que não dizem: "conheci um homem" ou no caso delas: "conheci uma mulher". Pessoa é vago, abstrato...