quinta-feira, 25 de junho de 2009

Historinha “politicamente correta”

Tínhamos um interfone branco que quebrou. Resolvemos trocá-lo e compramos um outro. Todavia, o encaixe dos fios era completamente diferente, o que nos fez devolve-lo na loja, trocando por outros produtos, pelo fato de não existir nenhum similar que se adequasse ao nosso caso e por não devolverem o dinheiro, nem com a nota fiscal.
Procurei em outras lojas, mas os que encontrei (cujo encaixe dos fios coincidiam com o anterior) eram bem mais caros. E enormes rm tamano. Descobri que no prédio em que moramos, o interfone é na realidade um telefone comum, pois liga não somente para a portaria – o que é o normal na maioria deles que se comunica apenas com a portaria, – como diretamente para qualquer apartamento.
Lembrei de um telefone que tínhamos, devida e cuidadosamente guardado. Experimentei e deu tudo certo. Só que, coisa de mulher, a minha cismou pelo fato dele ficar pendurado – pois não era um modelo apropriado para fixar na parede – e porque a cor a destoar completamente do azulejo branco na cozinha, pois tratava-se de um telefone “afro-descendente”...
Pouco tempo depois, ela conseguiu também uma solução criativa, ao ter a ideia de colocar o aparelho numa “caixinha” rústica de madeira, que fixamos na parede e funcionou como um porta-telefone. Em cima desta entrou um “delicado patinho” de louça olhando para baixo e um “raminho” de folhas artificiais. Com este toque final de decoradora, a coisa ficou uma “gracinha”! Uso estas expressões sem nenhuma conotação que me alinhe em algum tipo de “diversidade sexual”. E sim porque a caixa é pequena e ficou linda mesmo.

6 comentários:

Stela Borges de Almeida disse...

As mercadorias que não são adequadas ao cliente jamais são aceitas de volta às lojas neste mercado neo-liberal, há casos e casos de falta de lisura e respeito
das lojas e conglomerados por aí a fora. No Brasil é vexaminoso. Devolver seu telefone? Nunca.
Você que trate de arranjar a fiação adequada e resolver seu problema. Quanto a pendurar telefone num azulejo branco da cozinha,realmente, não me pareceu politicamente correto. Pobre dos homens se não tiverem uma mulher a seu lado!
Jonga, adorei sua historinha de hoje(rs).

Jonga Olivieri disse...

Por incrível que pareça, nunca acontecera comigo anteriormente ter que trocar por este motivo.
Troca por defeito eles fazem porque afinal é lei...
Ah, vocês mulheres! Sabe o que acontece no caso? Tento ser prático. Estávamos sem interfone e a guarita do prédio não podia se comunicar com o nosso apartamento.
E não pensei naquilo como solução definitiva. Seria coisa provisória mesmo. Mas... aí vem o lado estético da coisa.
Obrigado por ter gostado da historinha... Eu achei engraçado um telefone "afro-descendente" e os termos que usei no final. Pra ser politicamente incorreto, palavras bem "boiolinhas" kkkkk!

Ieda Schimidt disse...

Já havia lido esta tua postagem, no entanto alguns compromissos e o jogo do Brasil impediram-me de te responder antes.
Nós gaúchos, aqui de alma lavada (com o Mestre Dunga) após esta vitória na Copa das Confederações. Espero que venhamos a conseguir uma vitória esmagadora sobre os ianques, sem dúvida ma dupla satisfação.
Amei esta historinha bem humorada e que mostra a criatividade (e o bom gosto) da tua esposa.
Enfim, nós mulheres somos via de regra estetas e exigentes com os pequenos detalhes.

André Setaro disse...

Por falar em inter e em telefone, lembrei-me que, quando morava no mitológico 191, o telefone, também 'afro-descendente tipo nigeriano, era na parede e se falava num bocal estranho, esquisito. Demorava muito para dar ruído. Muitas vezes, quando se queria uma ligação, a 'auxiliar do lar' ficava sentada com o bocal (fone) no ouvido a esperar o tal do ruído. Quando este aparecia, ela gritava, chamando minha mãe. Um primo, Chiquito, chegou a contratar um rapaz para o cartório somente para ficar a esperar o ruído.

E, mesmo que uma pessoa que não tivesse linha e quisesse comprá-la, não conseguia. Durvalito, por exemplo, quando construiu sua casa funcional na Júlio Barbuda, não achou linha para comprar e, por meio de um amigo, conseguiu uma linha conjunta com o telefone de minha casa, que era 1380 e o dele, 1381. O inconveniente era que se ouvia toda a conversação.

Mas por que não colocou um ratinho ao invés de um patinho em cima da caixinha do telefone? Ficaria mais 'gracinha'.

Jonga Olivieri disse...

É, parece que o anãozinho está dando certo! kkkkk!
A minha mulher é mesmo muito criativa em soluções para a casa.
Quanto a nós, homens, vemos o lado prático e possível das coisas. Incomodou-me o telefone pendurado, ms eu encarei como algo provisório.
Foi o que disse para ela: "de repente o prédio tá pegando fogo e o porteiro liga para avisar e estaremos sem interfone?"

Jonga Olivieri disse...

Era difícil mesmo. E interurbano? Putz, era um drama. Pedia-se a ligação pela manhã e com sorte se conseguia à noite.
Mas mesmo depois que este aspecto melhorou, já na era do DDD e DDI (aí pelos anos 70), os preços de telefones era absurdo.
Entrava-se nos "planos e expansão" e mesmo assim esperava-se.
Tinha gente que investia em telefones pra ganhar dinheiro.
E enriqueciam também os "generais-presidentes de plantão" e sua gangue. Muitos deles ainda no Senado Federal até hoje.