sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Uma história de princípios e fragmentação revisionista – parte 1




Série “A Reconstrução da IV Internacional”, artigo extraído da Revista Marxismo Revolucionário nº 11 (Dezembro/2008) - LBI-QI*.

A IV Internacional foi fundada no dia 3 de setembro de 1938 em uma conferência realizada na casa de um de seus militantes, Alfred Rosmer, localizada no subúrbio parisiense de Périgny. Reuniram-se 21 delegados, representando 11 seções na plenária de fundação. Não poderia haver tempos mais difíceis para se fundar uma nova internacional. Foi precisamente um ano antes do início da II Guerra Mundial, em plena “meia noite” do século XX. O stalinismo executara os dirigentes da revolução bolchevique nos chamados Processos de Moscou enquanto, simultaneamente, sabotava os processos revolucionários na China, França e Espanha com suas frentes populares, deixando o caminho livre para a consolidação do nazi-fascismo na Europa.

OS PRINCÍPIOS MARXISTAS GANHAM FORMA ATRAVÉS DA COMUNA, DOS SOVIETES, DO ARMAMENTO DO PROLETARIADO, DO BOLCHEVISMO E DE OUTUBRO

Tanto a I como a III Internacionais também embrionariamente haviam nascido da convicção militante de pequenos núcleos de revolucionários nadando contra a corrente. A primeira, também chamada Associação Internacional dos Trabalhadores, nasceu em 1864, na época progressista do capitalismo (1789-1871), quando o marxismo se afirma como teoria de libertação do proletariado combatendo os socialistas utópicos e os anarquistas, teorias hegemônicas até o primeiro assalto dos trabalhadores ao poder, a Comuna de Paris. Os communards são derrotados e caçados por todo o continente europeu. 30 mil são executados e outros 100 mil presos. Tem início uma profunda reação ideológica. A Internacional desaparece completamente.

Desenvolve-se uma camada burocrática no movimento operário que passa a controlar os sindicatos, partidos da classe e a hegemonizar a II Internacional após sua fundação (1889). Pela primeira vez na história os socialistas e dirigentes operários ingressam em ministérios burgueses, se deslumbram com a eleição de seus parlamentares e passam a defender uma transição pacífica e por etapas para o socialismo. O reformismo, uma expressão da influencia burguesa sobre o movimento operário, inimigo mortal da luta pela insurreição e ditaduras proletárias, assumirá a partir de então as mais diversas roupagens (parlamentarismo, stalinismo, guerrilheirismo), como veremos mais adiante.

Na Rússia atrasada, a revolução de 1905 apresenta ao mundo uma forma mais aprimorada do que na Comuna parisiense de uma estrutura de governo baseado na ditadura revolucionária do proletariado, os conselhos operários e populares, os sovietes que não derrotaram o czarismo no início do século e que viriam a reaparecer nas Revoluções Russa (1917), Húngara (1919), Italiana (1919-1920), Alemã (1918 e 1919)... No entanto, como comprovaram, pela positiva (Rússia) e pela negativa (todos os outros exemplos citados), por si só, e apesar de serem organismos de governo genuíno da classe, mesmo quando se instaura uma situação de duplo poder, com as massas organizadas em conselhos operários, o triunfo da revolução exige uma ferramenta especial de vanguarda como agente político ativo do assalto ao poder, um partido de revolucionários profissionais, que fora proposto por Lênin em 1903, na contramão de toda social democracia mundial.

A I Guerra Mundial (1914-1918) marca o início da era decadente do capitalismo, o imperialismo e desmascara o chauvinismo dos dirigentes da Internacional Socialista, profundamente integrados aos interesses de suas burguesias. Os líderes socialistas ajudam o patronato a promover uma carnificina usando os trabalhadores como bucha de canhão, jogando uns contra os outros, pisoteando a ideia mais elementar do internacionalismo marxista: “proletários de todo mundo uni-vos!”.

Os poucos sociais democratas que não capitularam ao patriotismo e se opuseram aos oportunistas reuniram-se nas Conferências de Zimerwald e Kienthal, onde todos os verdadeiros internacionalistas do mundo “cabiam em quatro carros”. Porém, para fundarem uma nova internacional, teriam ainda que romper com os centristas pacifistas encabeçados por Kautsky.

Em todo continente, os sociais democratas integram governos de reconstrução burguesa no pós-guerra. Na Rússia, os bolcheviques sob a orientação de Lênin e Trotsky derrotam a contra-revolução kornilovista, conquistam a maioria dos sovietes e organizam a tomada do poder contra o governo socialista burguês de Kerensky, uma clássica frente popular de conciliação de classes contra as massas trabalhadoras.

A Internacional Comunista (IC), foi fundada em 1919, tinha o lastro da revolução bolchevique, mas o refluxo da luta de classes mundial após a I Guerra, nos anos 20, não lhe permitiu dirigir a revolução em nenhum outro país. A formação de uma URSS exaurida pela I Guerra Mundial e em seguida pela batalha por expulsar os exércitos de 14 países capitalistas ansiosos por liquidar com o mau exemplo bolchevique, originou um “Estado operário com deformações burocráticas”. Isto, somado a enfermidade que levou ao afastamento de Lênin do poder, influiu para o declínio das concepções bolcheviques e possibilitou que a III Internacional orientasse uma política de conciliação de classes na Alemanha em 1923. O PC Alemão ingressou em governos burgueses regionais (Saxônia e Turingia), confundiu o proletariado e deixou passar a primeira situação revolucionária aberta naquele país após a traição da social democracia que, em aliança com a burguesia, afogou em sangue uma potencial revolução soviética de 1918 e executou Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo.

O isolamento internacional da URSS favoreceu a vitória da contra-revolução política stalinista após a morte de Lênin, em 1924, e sela a burocratização do Estado operário soviético. Para cobrir seu flanco esquerdo das críticas da oposição trotskista, a burocracia desenvolve inicialmente uma linha ultraesquerdista que por meio de um putch iria abortar o processo revolucionário das comunas chinesas de Cantão e Xangai, hostiliza o campessinato pobre russo através da coletivização forçada dos campos soviéticos e, por fim, nega-se a realizar uma frente única operária para deter o ascenso nazista. Estas tragédias convencem a oposição de esquerda que não mais está diante de uma camarilha centrista, mas já de uma incurável casta contra-revolucionária que precisa ser apeada do poder político por uma nova internacional e novos partidos leninistas através de uma revolução política proletária. O stalinismo realiza um giro em direção ao oportunismo, advogando a conciliação de classes por meio da revolução e frentes populares, a convivência pacífica com o imperialismo e a revolução por etapas.

A LUTA POR UMA NOVA INTERNACIONAL REVOLUCIONÁRIA DEPOIS DA DEGENERAÇÃO STALINISTA

A IV Internacional nasceu quando o proletariado sofria suas piores derrotas no século XX. Mas poderia ser diferente, poderia se esperar mais? Não. Seria um crime não apontar outro caminho à falência da IC stalinizada. O acontecimento decisivo que fez a Oposição de Esquerda Internacional concluir que não havia possibilidade alguma de continuar a luta pela regeneração da IC foi a negativa desta última em estabelecer uma frente única operária com a social-democracia contra Hitler. Pois, de todas as possibilidades abertas à esquerda alemã, onde, segundo Trotsky, se encontrava “a chave da situação internacional”, a guerra civil, que poderia ter impedido a ascensão do nazismo ao poder, era o caminho menos arriscado, o único que poderia ter poupado a Alemanha e o mundo do terror do III Reich e o cataclismo de uma guerra mundial. “Se não fosse por Stalin (por exemplo, a fatal política da IC na Alemanha), não haveria Hitler.” (Trotsky, A questão ucraniana, 22/04/1939). A ascensão dos nazistas ao poder em janeiro de 1933 sob a passividade criminosa do PCA representou para a Internacional Comunista uma traição à causa do proletariado semelhante ao que o voto social-democrata em favor dos créditos de guerra em 1914 significou para a II Internacional, a falência completa destes organismos para a causa revolucionária. A Oposição de Esquerda Internacional compreendia com toda justeza que o nazismo era uma criatura do imperialismo destinado a desencadear uma guerra civil internacional preventiva contra a revolução proletária.
Após ter se oposto a construir a frente única proletária para frear o fascismo, o stalinismo realiza um profundo giro em direção ao oportunismo e adota a política das frentes populares, ou seja, a conformação de governos de colaboração de classes entre os partidos operários e capitalistas, o último recurso contra a revolução proletária. “A questão das questões atualmente é a Frente Popular. Os centristas de esquerda procuram apresentar esta questão como tática ou mesmo como uma manobra técnica, a fim de poder vender as suas mercadorias na sombra da Frente Popular. Na realidade, a Frente Popular é a questão principal da estratégia da classe operária nesta época. Também oferece o melhor critério para diferenciar o bolchevismo do menchevismo.” (Trotsky, ‘O POUM e a Frente Popular’, 1936).

A DEFESA DA URSS E A CISÃO DA MAIOR SEÇÃO DA IV INTERNACIONAL

A guerra foi o primeiro teste ácido da nova internacional e suas débeis seções. O Secretariado Internacional se transferiu para os EUA, onde seu principal partido, o SWP, se vê consumido por uma dura luta fracional. Os setores mais pequeno-burgueses e intelectuais dirigidos por Shachtman e Burnham, impactados com o pacto de Stalin com Hitler e com a invasão da Polônia e da Finlândia pelo Exército Vermelho, mas no fundo capitulando à propaganda anti-soviética do imperialismo, passam a contestar a caracterização de Estado operário para a URSS e a sua defesa. A fração recusa-se a defender as bases sociais de propriedade conquistadas pela revolução adotando um abstrato terceiro campo (Nem Washington nem Moscou), rompendo assim com o materialismo histórico e a concepção da sociedade dividida em classes sociais. Por fim, aderem à teoria que define o regime stalinista como “coletivismo burocrático”, teoria originalmente criada pelo ex trotskista italiano, Bruno Rizzi que acreditava ser a burocracia uma nova classe exploradora. Os processos de restauração capitalista nos estados operários oprimidos por burocracias comprovou a inconsistência desta teoria e comprovou a plena vigência das caracterizações de Trotsky. Esta tendência anti defensista que confunde propositadamente o Estado operário e as conquistas da revolução com sua direção burocrática é um vírus reincidente em toda história da IV Internacional.

Trotsky e Cannon travam uma dura batalha (reproduzida na coletânea de cartas e textos reunidas no livro ‘Em defesa do Marxismo’, de 1940), derrotando a oposição antidefensista. Esta acaba rompendo com o SWP, arrastando consigo quase 40% do partido e aderindo abertamente à reação imperialista, uma tendência natural de vários stalinofóbicos terceiro-campistas.

Burnham torna-se colaborador da CIA, do macarthismo, se opôs ao direito de voto para os negros, defendeu que os EUA deveriam lançar uma guerra atômica contra a URSS e depois contra o Vietnã, tendo sido condecorado por Reagan pouco antes de morrer. Schachtman torna-se um burocrata sindical anticomunista, apóia a tentativa derrotada de esmagamento da revolução cubana pelos EUA através da invasão militar da Bahia dos Porcos (1961). O curso asquerosamente reacionário de Schachtman não para por aí, completamente corrompido por seu próprio imperialismo ele ainda defende também a intervenção ianque no Vietnã. Historicamente, o antidefensismo se converte no mais abjeto pró-imperialismo. Para Trotsky “o dever dos revolucionários é defender toda conquista da classe trabalhadora ainda que tenha sido desfigurada pela pressão das forças hostis. Aqueles que são incapazes de defender as posições conquistadas, nunca conquistarão outras novas.” (Em defesa do marxismo, 1940). Poderíamos acrescentar que estes renegados, como muitos schachtmanistas modernos, passam-se para o outro lado e a apoiar os que atacam e assaltam as conquistas históricas do proletariado.

O LIQUIDACIONISMO PABLISTA

Pode-se compreender o momento extremamente difícil de perseguição e pressão que sofreram os trotskistas após a morte de Trotsky, mas isto não justifica a renúncia a todos os elementos que constituíam o ABC do trotskismo, porque existia uma base teórica e programática prévia que servia para armar a IV Internacional. A geração de 40 tratou de incorporar ao trotskismo antigas concepções reformistas, como a subordinação da concepção de luta de classes pela da luta entre o imperialismo e o stalinismo ou contra as direções nacionalistas, alinhamento oportunista com os campos burgueses progressivos, negação da crise de direção, renuncia à luta pela revolução política...

Em meio a um terreno de profunda desestruturação e desmoralização emerge como principal dirigente do II Congresso (1948) da IV Internacional o grego Michel Raptis (Pablo). O III Congresso da IV (1951) consolida a revisão do programa sobre o stalinismo. Pablo, impressionado com o prestígio capitalizado pelo stalinismo após a vitória do Exército Vermelho sobre o nazismo, a criação dos Estados operários no Leste europeu e as revoluções iugoslava e chinesa, defendia a dissolução dos partidos trotskistas nos PCs para pressioná-los à esquerda, vendo o stalinismo como um substituto para a construção do partido revolucionário na luta contra o imperialismo. A IV Internacional já não se reconstruiu em nenhum Estado operário após os anos 30. Menos pela força da repressão burocrática que pelo liquidacionismo pablista. Esta política resultou em desastrosas consequências para a luta pela revolução política operária na Alemanha Oriental (1953), Hungria (1956), China (1966), Tchecoslováquia (1968), Polônia (1968, 1970, 1980), China (1989).

No III Congresso, Pablo secundarizou as teses da Revolução Permanente em favor do culto a “Frente Única Anti imperialista”, que nos anos seguintes camuflaria a submissão dos trotskistas aos movimentos nacionalistas burgueses, como o peronismo na argentina e o MNR na Bolívia.

Pablo retoma as concepções superadas pela Oposição de Esquerda Internacional no início dos anos 1930, segundo as quais o stalinismo poderia ser reformado, e decide então que os trotskistas deveriam também retroceder organizativamente fazendo entrismo nos PCs (embora em alguns países, como na Alemanha e na Inglaterra, a tática de Pablo tivesse sido aplicada à social democracia e no trabalhismo). Esta orientação significou uma capitulação à burocracia stalinista, que se estenderia também pouco depois a outras direções burguesas e pequeno-burguesas, como fizeram Moreno e Posadas na América Latina. Isto provocou a quase extinção do trotskismo na Europa e o domínio tranqüilo do movimento operário por direções populistas burguesas, como é o caso argentino em que o peronismo segue à cabeça da quase totalidade das direções sindicais nas últimas seis décadas.

A derrota da revolução na Bolívia converte-se na expressão maior da traição contra-revolucionária do revisionismo sobre a IV Internacional. O POR boliviano possuía uma grande influência sobre o proletariado, a ponto do Congresso da Federação Sindical dos Trabalhadores Mineiros da Bolívia (FSTMB), a principal organização do proletariado do país, reunida em novembro de 1946 na cidade de Pulacayo, aprovar em suas teses concepções baseadas na revolução permanente e no Programa de Transição da IV Internacional. Em 1952, o proletariado boliviano destruiu o exército burguês, constituiu milícias operárias e camponesas de poder operário e organizou a Central Operária Boliviana (COB). Mas sob a orientação de Posadas e Pablo, o POR Boliviano adotou uma linha menchevique, apoiou o governo burguês do MNR.

Por fim, o próprio Pablo abandona formalmente o trotskismo e assume um ministério do governo burguês nacionalista do antigo Ceilão, hoje Sri Lanka. A deserção de Pablo abre caminho para que Mandel assuma a vanguarda do revisionismo do trotskismo mundial vindo a fundar o Secretariado Unificado em 1963.

A partir de 1953, os seguidores de Pablo e Mandel se adaptaram ao stalinismo, ao nacionalismo, ao foquismo, ao eurocomunismo, ou seja, às diversas formas do reformismo burguês. O posadismo quase nem existe mais, foi um dos poucos ramos do trotskismo a existir no Brasil na década de 1960, mas hoje não passa de uma fantasmagórica corrente defensora dos governos da centro-esquerda burguesa latino-americanos, como Lula, Chávez, Evo, etc. Não por acaso, apesar de ainda possuírem peso político, tiveram o mesmo destino político nos quais foram parar agrupamentos fundados por Lambert, Moreno e Ted Grant.

O COMITÊ INTERNACIONAL ANTIPABLISTA

A revisão liquidacionista do trotskismo foi questionada por setores minoritários da Internacional, particularmente, pelo SWP norte-americano, pela maioria da seção francesa do Partido Comunista Internacionalista, liderada de Pierre Lambert, que logo é expulsa e acaba levando consigo a seção inglesa, Socialist Labour League (SLL), dirigida por Gerry Healy, dando origem então a primeira grande cisão da IV Internacional em 1953. Os antipablistas fundaram o Comitê Internacional (CI), uma ruptura progressiva na medida em que evitaram a desaparição programática completa do trotskismo nos anos 50.

As seções que conformaram o CI reagiram tão tardiamente ao pablismo, quanto abortaram prematuramente a luta no interior do SI, expressando suas profundas limitações em superar a crise da Internacional, o que resultou na repetição dos mesmos desvios pablistas em relação a outras direções contra revolucionárias. O antipablismo empírico se revelou mais propriamente um oportunismo stalinofóbico e predileção por fazer entrismo na social-democracia do que qualquer traço de fidelidade à ortodoxia trotskista. Apesar de se apresentar como uma alternativa ao revisionismo do Secretariado Internacional (SI) pablista, caracterizava-se pela frouxidão organizativa (eram uma mera federação de partidos sem nenhum centralismo) que na prática não assumia nenhuma tarefa pela reconstrução da IV Internacional e por incorrer nas mesmas ilusões com o stalinismo em relação a Tito e a Mao. Anos depois o SWP estende estas ilusões ao castrismo, abandona o CI e reunifica-se com o SI.

O Comitê Internacional entre Lambert e Healy acaba por se romper em 1971. Lambert e seu agrupamento francês, a OCI, lançaram o CORQUI (Comitê de Organização e Reconstrução da Quarta Internacional), conjuntamente com o nacional-trotskista POR boliviano de Guillermo Lora e Política Operária (mais tarde conhecido como Partido Obrero) da Argentina, dirigido por Jorge Altamira, tendo como eixo político a defesa da “Frente Única Anti imperialista" que na Bolívia levou o POR a reivindicar a conformação da mesma com os setores “nacionalistas” das FFAA. A OCI durante o maio de 1968 não passou de agrupamento de pressão do PS e entusiasta da frente popular encabeçada por este partido social democrata imperialista anos depois. Inversamente proporcional à sua capitulação a ala esquerda da grande burguesia francesa, Lambert impõe uma orientação sectária às seções do CORQUI, obrigando o PO e o POR a romperem com os sindicatos “burgueses”.

O CORQUI se rompe, o PO segue construindo uma organização federalista com o POR, a TQI, mas Altamira só vem a "descobrir" a traição de Lora à revolução boliviana de 1952 quando o último, em uma manifestação extrema de seu nacional-trotskismo, declara formalmente seu desinteresse em continuar construindo a TQI, em meados da década de 1980.

Poucos anos depois do fracasso do CORQUI, a OCI, rebatizada com o nome de PCI, busca uma aproximação com Moreno, recém rompido com o SU. Em 1980 formam o Comitê Paritário (CP), anunciado como o “maior fato da história do trotskismo após a fundação da IV Internacional em 1938”, mas que não dura mais que nove meses. O CP não consegue resistir à vitória eleitoral de Mitterrand na França, inicialmente apoiada por Lambert e Moreno. O PCI defende abertamente o governo imperialista de Miterrand e Moreno rompe o CP acusando a OCI de traição ao trotskismo.

(*) Liga Bolchevique Internacionalista – Quarta Internacional



6 comentários:

Misael disse...

Mais um histórico esclarecedor da LBI-QI sobre a situação da Quarta Internacional, tão pouco divulgada pela imprensa burguesa.... por razões óbvias.... rss

Misael disse...

Mais um histórico esclarecedor da LBI-QI sobre a situação da Quarta Internacional, tão pouco divulgada pela imprensa burguesa.... por razões óbvias.... rss

Joelma disse...

Concordo c/ o Misael.
A história da IV Internacional é muito obstruída pela burguesia e consequentemente pela sua grande imprensa.
Por outro lado, as divisões constantes no movimento deixam-no fragilizado e vulnerável, não havendo um centro de referência.
Foi o que aconteceu com a QI na Europa, com Pablo. As traições também fazem parte deste processo.

Anônimo disse...

Fantástica postagem
L.P.

Mário disse...

Muito bom este post!

Nun'Alvares disse...

É, na realdde um balanço histórico bastante embasado o desta Malta da LBI-QI. Deu-me muito gosto a leitura da primeira parte deste artigo.