“Ontem, revelei aqui o que ninguém ainda havia publicado: o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, antes de ocupar esse alto cargo, foi executivo do Goldman Sachs, onde ganhava fortunas. A legislação PROIBIA que deixasse a Goldman para ser secretário do Tesouro. Não houve problema, modificaram a lei, ele assumiu. Perguntinha inútil, inócua, ingênua: por que deixaria uma empresa que lhe pagava muito para ganhar um simples salário?”
Hélio Fernandes na Tribuna da Imprensa de 02/10/2008
Hélio Fernandes na Tribuna da Imprensa de 02/10/2008
(os negritos são do autor)
E nas conclusões do seu artigo, acrescenta: “(...) Todos viam, menos os responsáveis (?), que se alguém vendesse a pirâmide despencaria. Aconteceu em 1929, repetido em 2008. A crise logicamente é FINANCEIRA. Mas terá enorme repercussão ECONÔMICA. Os que ganharam fortunas FÁCEIS, comprometem os que ganham (é o capitalismo) TRABALHANDO.”
E nas conclusões do seu artigo, acrescenta: “(...) Todos viam, menos os responsáveis (?), que se alguém vendesse a pirâmide despencaria. Aconteceu em 1929, repetido em 2008. A crise logicamente é FINANCEIRA. Mas terá enorme repercussão ECONÔMICA. Os que ganharam fortunas FÁCEIS, comprometem os que ganham (é o capitalismo) TRABALHANDO.”
Trocando em miúdos, e repetindo aquilo que tenho escrito frequentemente neste blogue: é o povo estadunidense quem está arcando com os custos aventureiros da jogatina furiosa dos corsários do capital em busca de seus lucros desmedidos.
E digo mais, as medidas paliativas do “pacote” ora em curso não surtirão o efeito desejado. E então os países do terceiro mundo (o proletariado para as nações desenvolvidas) pagarão pelos próximos passos da irresponsabilidade do grande capital.
Nós brasileiros – como latinos que somos – questionamos a nossa própria moral, e temos por hábito achar que a corrupção é uma característica de nossa política, quando ela é o motor da farsa democrática em todo o mundo ocidental. Ficam claras as evidências disto quando lá como cá, modificam-se leis de acordo com interesses particulares.
É preciso lembrar que o lobby surgiu nos salões do congresso estadunidense. E existe algo mais podre do que esta ação da compra de políticos? Certamente que sim. Os títulos (também podres) que são vendidos indiscriminadamente nos pregões em Wall Street.
11 comentários:
Excelente o Hélio Fernandes. Pois de fato a crise cada vez mais se apresenta não apenas como financeira, mas econômica.
Melhores ainda as tuas observações lembrando que vens divulgando as conclusões citadas de um tempos para cá.
O Hélio, aliás recomendo que a Tribuna da Imprensa seja leitura diária de quem se interessar pelo que acontece no Brasil e no mundo.
Porque seus articulistas são excelentes.
Sempre acompanhei este jornal que eu considero o mais independente que existe no país. Quando tenho chance o compro.
Anselmo Frasão
Esse Helio Fernandes é mesmo um analista de situações críticas como esta que passamos. Mas eu gosto mesmo é quando ele cai de pau na nossa política interna. Seus comentários aí são muito bons. Irretocáveis em alguns aspectos. E tem mais ele enxerga coisas que os outros não estão vendo.
É bom compra-lo. É um jornal que de certa forma precisa das vendas.
Eu sempre digo que o único defeito do Hélio é ser Lacerdista até hoje.
Fico impressionada com a facilidade. Simplesmente modificaram a lei para que o tal Goldman assumisse.
É como você disse, e a gente fica achando que isso só acontece na terrinha aqui.
Enquanto isso por aqui mesmo a Bolsa continua desabando. Viu só? Hoje caiu 3.5%.
A corrupção grassa nos Estados Unidos, tanto quanto por aqui.
Em finais do século XIX e início do século XX ela era escancarada.
Só que hoje ela é feita da forma mais "discreta" possível. Mas vez por outra um caso ou outro torna-se público e vira um escândalo.
Coisas de uma sociedade hipócrita, baseada em valores construídos através do mito de honestidade e puritanismo.
Leio todos os dias a 'Tribuna da Imprensa' pela internet. Não compro o jornal porque é difícil achá-lo aqui em meu bairro. Caso fosse melhor distribuído, não deixaria de comprá-lo, porque o jornal precisa de compradores, necessita de leitores. E é o único que possui uma equipe de articulistas sem 'papas na língua', que têm a coragem de dizer a verdade dos fatos. Hélio Fernandes, irmão do Millor, já com mais de 80 anos, permanece lúcido e coerente, apesar de lacerdista. É, porém, jornalista combatente, sem medo, com uma trajetória edificante, preso várias vezes. Com raras exceções ('Passando a limpo', com Boris Casoy, uma entrevista na rede católica...), não é citado pelas emissoras de televisão e nunca é convidado para dar entrevistas, porque as redes têm medo do que ele possa revelar.
A 'Tribuna da Imprensa' é a sua 'tribuna' e a coluna diária que assina todos os dias é, na minha opinião, leitura obrigatória para quem quiser ficar bem informado. Impressionante como ele, apesar da idade, acompanha tudo, sabe de tudo. E não perde tempo em ironizar certos personagens do cenário político. Sempre se refere ao governador do Rio como Serginho Cabralzinho Filho, ao corrupto Maluf, Lutfalla Maluf, ao já extinto Malvadeza, Don Corleone, e por aí vai: Dona Garotinha, etc, etc. Temos, ainda, no citado jornal, a lucidez de Carlos Chagas, excelente repórter político, as análises exatas de Argemiro Ferreira, um 'expert' em relação ao jogo de poder nos Estados Unidos. E o veterano Pedro do Coutto, jornalista dos bons tempos, atento sempre aos fatos mais importantes, os quais, muitas vezes, a imprensa deixa passar despercebidos de propósito. Entre outros notáveis. Quanto a Sebastião Nery, apesar de ser uma enciclopédia ambulante das coisas da política brasileira, tem a mancha de ter aderido a Fernando Collor, o que traz nele a impressão de oportunista. Nery, contudo, é um bom colunista, sabe usar o seu 'tacape' na escrita e esculhamba, como convém, o populismo lulista enganador.
Grande André, fizeste uma radiografia completa dos excelentes articulistas da Tribuna.
Aliás, chamo assim porque é como este jornal é conhecido no Rio. Talvez por preguiça, e, certamente por ser mais rápido de falar.
E tem mais. Para além de precisar das vendas, até aqui, a Tribuna não é vendida em todas as bancas. Em bairros é difícil encontra-la.
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