terça-feira, 7 de outubro de 2008

Segunda-feira negra

Tenho enfatizado desde o início desta crise que o capitalismo está a atravessar, que ela é muito mais profunda e devastadora do quê queriam que a princípio acreditássemos.
O desabamento dos mercados mundiais ontem, segunda-feira, 6 de outubro de 2008, refletiu o temor de que a recessão ultrapasse as fronteiras estadunidenses. A reação desencadeada pela operação milionária de resgate do Hypo (banco hipotecário da Alemanha) provocou o estrondoso desabamento das bolsas de valores em todo o mundo, receosas de um “efeito dominó”.
Como exemplo, o indicadores da bolsa de valores russa registrou a maior queda de sua história, ao chegar a 19% devido ao pânico generalizado. Mas, além das asiáticas terem afundado uma média de 7%, em Paris o índice foi de menos 9,4%, enquanto Londres e Frankfurt chegaram perto dos 6% negativos. Em Nova Iorque o índice Dow Jones também fechou com sua maior baixa nos últimos quatro anos.
Segundo matérias divulgadas pela própria imprensa ianque, uma grande parte dos economistas procurados pela “Associação Nacional de Economia Empresarial”, concordam e admitem que a economia daquele país pode estar a entrar em uma grave recessão econômica (fonte: Folha Online).
Aqui, por terras tupiniquins, as ações caíram tanto que o pregão da bolsa de São Paulo foi interrompido duas vezes em pouco mais de uma hora. A primeira delas, deu-se quando a Bolsa recuou mais de 10% (entre 10h18 e 10h48). A segunda, das 11h44 às 12h44, aconteceu após outra queda alcançar um índice de 15%, que ficou no patamar de menos 5,43% ao final das operações. Ações no buraco e dólar nas alturas. A moeda chegou a R$ 2,20 numa alta recorde de 7% em um só dia.
Enquanto isso, o ministro Guido Mantega reconheceu ser esta a pior crise desde 1929 e que o Brasil não está imune a ela. Quase simultaneamente tornava-se pública a restrição de empréstimos pessoais e do crédito ao consumidor por parte de grandes bancos e financeiras como o Itaú, o Bradesco e o Unibanco. É... tá feia a coisa!

Nota ao pé da página. O título acima é uma alusão à “quinta-feira negra”, expressão utilizada para definir o dia 24 de outubro de 1929, quando a bolsa de valores de Nova Iorque quebrou, dando origem ao crack econômico que se seguiu.

10 comentários:

Anônimo disse...

Só posso concordar com você. Tá feia a coisa.

Jonga Olivieri disse...

Sim JR, hoje os próprios 'pensadores' das classes dominantes pensam em reformulações nas ações do sistema.
Pura utopia, uma revolução de dentro para fora jamais aconteceria.
Mas é sinal de que a coisa anda mal pro lado deles.

Anônimo disse...

Estava até esperando notícias quentes do fechamento da Bolsa de São Paulo para comentar alguma coisa. E o pior de tudo é que o Ibovespa continua a cair, embora tenha reduzido esta queda que ontem foi além dos 5%. Mas o que mais temo é a subida do dólar (hoje foi a R$ 2,30) que vai inflacionar muitos artigos, principalmente os artigos eletrônicos que dependem de importações. Computadores por exemplo.
Otávio

Jonga Olivieri disse...

Sim, a subida do dolar é um problema para a economia no Brasil.
Prova que estamos em meio ao turbilhão da crise.
Aliás, será que em algum momento poderíamos supor que este país poderia estar em outra galáxia?

Anônimo disse...

Estamos mesmo assintindo (ao vivo e a cores) a maior crise do capitalismo desde 1929.
As crises nas décadas de 50, 70 e 80 não tiveram esta toda essa magnitude.
E claro que ela já nos atingiu.
Anselmo Frasão

Jonga Olivieri disse...

Nessas crises, o grande capital conseguiu repassá-las para os países do 3º mundo. Nós pagamos sozinhos. Veja só o que aconteceu com a África?
Agora, o fator que mais está a pesar no Brasil é o dolar. O Otávio tem razão, não é à tôa que ele se formou em Economia.

Anônimo disse...

Boa sacada esta da "segunda feira negra" lembrando o rombo na Bolsa de New York em 1929.
Por que?
Oxêm, ontem foi mesmo um dia crucial nessa crise.

Jonga Olivieri disse...

A comparação não é gratuita. Hoje a Bolsa de Nova Iorque voltou a cair. E mais de 5%.
Aqui, a Bovespa 4,66% e o dólar fechou em R$ 2,311.
Paris e Londres tiveram uma alta de zero virgula alguam coisa, mas Frankfurt teve uma queda de quase 2%.
Quer dizer, a crise está aí... soltinha, soltinha!

Ieda Schimidt disse...

Certamente (fato inusual) serei a última a postar um comentário neste blog hoje.
Bem, tive um dia sem tempo apra nada.
Por outro lado o prazer de ler este teu belo artigo.
Curto e certeiro, guri. Parabéns!

Jonga Olivieri disse...

Há dias que são assim.
E fico feliz que voc^ tenha gostado desta postagem.