sábado, 18 de outubro de 2008

Um país em coma

Há uma grande diferença entre o “caso Isabella” e o “caso Eloá”, podemos chama-lo assim. No primeiro, foi construído (apesar de fortes evidências), o assassinato da menina. No segundo é evidente o quadro que aconteceu no teatro da vida. Não existem suposições pois todos os atores estavam em seus papéis.
Restam-nos, porém, algumas dúvidas acerca dos momentos finais de seu desfecho. Se os tiros foram dados pelo ex-namorado da vítima ou pelas forças policiais que adentraram o recinto. Isso em pouco tempo, creio eu, estará devidamente esclarecido.
De qualquer maneira, fica o trauma. Fica a brutalidade do fato em si. Fica a comoção nacional, até provocada pela mídia, mas essencialmente fica a dor, pois ao longo de mais de cem horas ficamos de alguma forma ligados aos acontecimentos dramáticos no ABC paulista. O país entrou em coma...

8 comentários:

André Setaro disse...

Para este "país em coma" nada melhor do que uma fábula à la Esopo:

Um dia, em uma aldeia, um homem anunciou aos habitantes que ele compraria
macacos a R$10 cada.

Os aldeões, sabendo que havia muitos macacos ao redor da pequena vila, foram
para a floresta e começaram a pegar os macacos. O homem comprou centenas de
animais, pagando, como prometido, R$10 cada um.

Ora, o número de macacos começou a diminuir e os aldeões pararam seu
esforço. Poucos dias depois, o mesmo homem anunciou que compraria, a partir
daquele momento, cada macaco a R$20.

Isto bastou para renovar os esforços dos aldeões que recomeçaram a caçar
macacos. Logo a provisão diminuiu novamente e as pessoas passaram a desistir
das buscas.

A oferta então aumentou para R$25 cada macaco. Mas a provisão de macacos
tinha ficado tão pequena, que era um esforço muito grande para capturar um
macaco até mesmo longe da aldeia.

O homem anunciou que a partir daquele momento, ele passaria a pagar por cada
macaco a quantia de R$50! Porém, para conseguir os recursos desse
investimento ele teria que viajar para a metrópole e sacar o dinheiro nos
bancos. Mas que ele deixaria seu assistente encarregado de fazer as devidas
negociações.

Assim que o homem virou as costas, o assistente falou para os aldeões.
"Olhem para esses macacos nessa jaula grande. Eu vendo pra vocês, cada um
deles por R$35. Quando ele voltar dos bancos com o dinheiro, vocês podem
revendê-los a ele por R$50 cada. É um ótimo negócio".

Os aldeões reuniram todas suas poupanças e compraram todos os macacos.

Nunca mais eles viram o homem nem seu assistente. Só macacos em cada canto
da aldeia!

Agora vocês entendem melhor o que está acontecendo com Wall Street e a
economia mundial.

Jonga Olivieri disse...

Ou seria o "Lobo Mau"?

Ieda Schimidt disse...

Evidente que a participação da grande imprensa tem sido catastróficas, tanto no caso Isabella, quanto agora neste.

Jonga Olivieri disse...

Imprensa "marrom"...

Anônimo disse...

Tristeza para os pais dessa menina, vê-la morrer aos 15 anos, cheia de vida e saúde. Não estamos em estado de coma, mas em estado de choque, esta é a verdade.

Jonga Olivieri disse...

Pode ser!
Pra mim dá na mesma, simplesmente porque a sociedade é que perde em suas bases. Seja no "coma" ou no "choque".

Anônimo disse...

Barbaridade esse sequestro. Poucas vezes assisti um caso tão impressionate. Agora, aqui entre nós, o garoto é doente, certo?
Otávio

Jonga Olivieri disse...

Sim também acho que as evidências de que o tal do Lindembergue seja doente são evidentes.
O problema maior é a doença social da coisa!